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    El Salvador começa julgamento coletivo de quase 500 supostos líderes de gangues

    Alguns criminosos têm pedidos de extradição emitidos pelos Estados Unidos, segundo a procuradoria-geral do país da América Central

    Nelson Renteriada Reuters

    El Salvador iniciou, nesta quinta-feira (8), um grande julgamento de quase 500 supostos líderes da gangue Mara Salvatrucha por mais de 37 mil crimes cometidos ao longo de uma década, informou a procuradoria-geral do país da América Central.

    Entre os acusados estão 24 chefões da MS-13, alguns que têm pedidos de extradição emitidos pelos Estados Unidos, informou a procuradoria. Eles são acusados de crimes como homicídio qualificado, sequestro e tráfico de armas.

    “Cada crime cometido por membros da gangue teve de ser ordenado pelos líderes. A procuradoria-geral vai assegurar que esses criminosos paguem pelo sofrimento que causaram aos salvadorenhos por décadas”, afirmou o orgão pela rede social X.

    O julgamento é realizado de forma virtual, já que os acusados estão detidos em várias prisões. Alguns estão presos há anos, enquanto outros foram capturados durante o estado de emergência decretado pelo país em março de 2022.

    O presidente Nayib Bukele fez do combate ao crime a marca de seu governo, e foi reeleito com facilidade no domingo (4), em um momento em que suas políticas mostram popularidade entre os eleitores.

    Apesar disso, grupos de defesa dos direitos humanos mostrarem preocupação com violações que teriam sido cometidas durante a detenção de cerca de 76 mil salvadorenhos, muitos sem o devido processo legal.

    Em janeiro, o ministro da Segurança, Gustavo Villatoro, afirmou que uma audiência coletiva só ocorreria para os supostos líderes da gangue, não para os membros com menor hierarquia na organização.

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