Egito recebe resposta do Hamas sobre reféns e trabalha por acordo final
Proposta será discutida em reunião entre Israel e Estados Unidos na quarta-feira (7)
Autoridades egípcias disseram nesta terça-feira (6) que receberam uma resposta do Hamas a um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, segundo um comunicado do Serviço de Informação do Estado do Egito.
“Discutiremos todos os detalhes da estrutura proposta com as partes interessadas para chegar a um acordo sobre a fórmula final o mais rápido possível”, disse Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado.
Fontes de segurança egípcias disseram à Reuters na terça-feira que a resposta do Hamas mostrou flexibilidade, pedindo um cronograma específico para que o cessar-fogo termine após o feriado muçulmano Eid al-Fitr, no início de abril.
“O Egito continuará a realizar seus maiores esforços para chegar a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza devastada pela guerra em breve”, disse Rashwan.
EUA analisam resposta
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse nesta terça-feira que os Estados Unidos estavam analisando a resposta do Hamas a uma proposta de acordo para libertação dos reféns que ele chamou de a melhor esperança para encerrar a guerra de quatro meses em Gaza.
Blinken, em uma entrevista coletiva no Catar, se recusou a discutir os detalhes da resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo, em que o grupo militante palestino libertaria os reféns tomados em 7 de outubro em Israel em troca da concordância de Israel com uma pausa estendida ao conflito.
Blinken afirmou que a resposta foi compartilhada com Israel e que ele a discutiria com autoridades em Israel na quarta-feira.
“Ainda há muito trabalho a ser feito, mas continuamos acreditando que um acordo é possível e, inclusive, essencial”, disse Blinken.
“O melhor caminho a seguir — o caminho mais eficiente neste momento para conseguir um período estendido de calma e para trabalhar para encerrar o conflito é por meio de um acordo sobre os reféns”, afirmou Blinken.
Washington usaria qualquer pausa para construir planos para a reconstrução e o futuro do governo de Gaza e para prosseguir com esforços para um acordo de paz regional mais amplo que espera que possa levar à normalização das relações da Arábia Saudita com Israel em troca de medidas para a criação de um Estado palestino, disse.
Israel iniciou sua ofensiva militar em Gaza depois que militantes da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, mataram 1.200 pessoas e fizeram 253 reféns no sul de Israel, em 7 de outubro.
Pressionado sobre a razão pela qual os Estados Unidos pareciam incapazes de influenciar significativamente o governo de Israel sobre a sua resposta militar — que matou pelo menos 27.585 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza — Blinken disse que a diplomacia era “um processo”.
“Quase nunca se trata de acender um interruptor de luz. E requer estar lá com as mangas arregaçadas todos os dias”, disse ele. Blinken afirmou que o envolvimento dos EUA ajudou a levar ajuda humanitária para Gaza e que Washington estava pressionando Israel para proteger os civis e trabalhando para evitar que o conflito se alastrasse.