É mais fácil conseguir uma arma nos EUA do que um animal de estimação, diz senador
Suspeito de atacar uma escola primária no Texas tinha 18 anos; a arma utilizada no tiroteio foi comprada legalmente
O senador Chris Murphy rejeitou culpar apenas a saúde mental pelos tiroteios em escolas nos Estados Unidos, dizendo que é muito fácil obter um rifle de assalto para realizar assassinatos em massa.
A declaração acontece após 21 pessoas, incluindo 19 crianças e duas professoras, serem assassinadas em um ataque armado a uma escola primária no Texas.
“Não temos mais doenças mentais do que qualquer outra nação do mundo. Não há evidências de que haja mais doentes mentais aqui do que na Europa. A diferença é que quando as pessoas têm pensamentos homicidas nos Estados Unidos da América, elas podem descer a rua até uma loja e obter uma arma de assalto mais fácil do que comprar um gato ou um cachorro”, afirmou a Jim Sciutto, da CNN.
“Há mais burocracia envolvida na posse de animais de estimação neste país do que na posse de armas de assalto. Então a diferença não é a doença mental. A diferença é que as pessoas que estão rompendo com a realidade nos Estados Unidos podem colocar as mãos em uma arma de destruição em massa”, complementou.
Murphy também abordou a ideia de colocar mais policiais armados nas escolas: “Aquele atirador conseguiu entrar na escola e, a menos que você esteja literalmente planejando colocar um batalhão do exército em todas as escolas deste país, leva apenas alguns minutos para um indivíduo com uma arma de assalto matar 20 ou 30 pessoas”.
O senador democrata de Connecticut, que tem falado abertamente sobre a reforma do porte de armas desde o tiroteio na escola Sandy Hook em seu estado, fez um discurso nesta terça-feira (24), no plenário do Senado, criticando seus colegas legisladores por não fazerem “nada” enquanto os tiroteios nas escolas continuam.
Ele pontuou a Sciutto que “simplesmente não temos parceiros republicanos suficientes no momento” para chegar a um acordo sobre a legislação sobre armas, como, por exemplo, maior rigor na verificação para adquirir armas.
Este é um problema que tem sido endêmico no Senado”, avaliou, acrescentando que “talvez isso mude esta semana”. Murphy disse que se recusa “a acreditar que isso é inevitável”.
“Este Congresso vai aprovar algo substancial? Não posso garantir isso. Vou tentar o dia todo hoje tentar encontrar algum compromisso, mas isso depende dos eleitores. Os eleitores decidem isso”, observou.
“Pergunte aos seus candidatos neste outono, ‘você apoia a verificação universal de antecedentes, você acha que jovens de 18 anos deveriam ter acesso a armas de assalto de estilo militar?’ e se eles disserem que sim, se eles apoiarem a lei atual, se eles não apoiarem a reforma, não os mande de volta ao Congresso”, indagou.
Veja imagens do ataque em escola primária dos EUA
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