É difícil que Maduro falsifique as atas eleitorais, diz professor à CNN
Paulo Velasco afirma que é mais provável que o governo venezuelano não revele as atas das eleições do que as falsifique, gerando incertezas sobre o pleito
O professor de Relações Internacionais Paulo Velasco, em entrevista ao CNN 360°, comentou o processo eleitoral na Venezuela, ocorrido no último domingo (28). Velasco destacou a pressão internacional para a divulgação das atas eleitorais individuais, ressaltando a importância desses documentos para a verificação da legitimidade do pleito.
Segundo o especialista, as urnas eletrônicas venezuelanas são consideradas confiáveis, e as atas emitidas por elas devem corresponder aos votos impressos. “As urnas em si são tidas como confiáveis, então espera-se, evidentemente, que os dados emitidos e impressos a partir das urnas também sejam fidedignos”, afirmou Velasco.
Possibilidade de ocultação das atas
O professor alertou para a possibilidade de o governo de Nicolás Maduro simplesmente não revelar as atas eleitorais, em vez de tentar falsificá-las. “Seria difícil imaginarmos o governo buscando falsificar as atas eleitorais, trocar os dados. Acho que é mais fácil eles simplesmente não revelarem, não apresentarem as atas como já não estão fazendo nos últimos dias”, explicou.
Velasco também expressou preocupação com o atraso na divulgação das atas, quase 72 horas após o fechamento das urnas. Esse atraso, segundo ele, cria uma “incógnita gigantesca” sobre todo o processo eleitoral.
Papel dos observadores internacionais
O especialista ressaltou a importância dos observadores eleitorais internacionais na verificação da veracidade das atas, caso sejam divulgadas. “Caberá evidentemente à oposição e aos observadores eleitorais que atuaram no processo, os observadores da ONU, do Centro Carter, que já inclusive se retiraram da Venezuela, atestarem a veracidade daquelas atas”, pontuou.
Velasco concluiu expressando ceticismo quanto à possibilidade de uma divulgação completa das atas eleitorais pelo regime de Maduro, sugerindo que isso poderia inviabilizar a verificação da legitimidade do pleito.