Duas mulheres são mortas dentro de igreja em Gaza, diz Patriarcado Latino de Jerusalém
Crime teria acontecido na Paróquia da Sagrada Família, segundo entidade que supervisiona igrejas católicas; atirador das Forças de Defesa de Israel (FDI) teria disparado "a sangue frio"
Um atirador das Forças de Defesa de Israel (FDI) atirou e matou duas mulheres dentro da Paróquia da Sagrada Família, em Gaza, neste sábado (16). A informação foi repassada em um comunicado emitido pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, que supervisiona igrejas católicas na Jordânia, Chipre, Israel, Gaza e Cisjordânia.
A maioria das famílias cristãs dentro de Gaza se refugiou dentro da paróquia desde o início da guerra, em 7 de outubro, acrescenta o comunicado.
As duas mulheres, descritas como mãe e filha, caminhavam para o convento e “uma foi morta enquanto tentava carregar a outra para um local seguro”, disse o documento. Outros sete foram baleados e feridos no ataque.
“Nenhum aviso foi dado, nenhuma notificação foi feita. Elas foram baleadas a sangue frio dentro das dependências da paróquia”, continua o texto.
O Patriarcado Latino de Jerusalém disse que os tanques das FDI também atacaram o Convento das Irmãs de Madre Teresa, que abriga 54 pessoas com deficiência e faz parte do complexo da igreja.
O gerador do edifício – que é a única fonte de energia – e os recursos de combustível, paineis solares e tanques de água foram destruídos, informou.
A CNN entrou em contato com as Forças de Defesa de Israel para comentar o caso.
Condições piorando
Na sexta-feira (16), a legisladora do Reino Unido Layla Moran disse que os membros da família que estão abrigados na igreja estão “além de desesperados e aterrorizados” à medida que as condições continuam a piorar.
“(Minha família está) relatando fósforo branco e tiros no complexo”, disse ela. “O coletor de lixo e o zelador foram baleados e seus corpos estão do lado de fora e não foram recolhidos.”
A CNN não pode verificar de forma independente as condições dentro e ao redor da igreja, nem a alegação do uso de munições incendiárias, que pode ser ilegal em algumas circunstâncias.
Citando membros de família, a membro do parlamento de Oxford West e Abingdon acrescentou que os geradores de eletricidade pararam de funcionar na igreja.
Em 15 de novembro, Moran disse à Câmara dos Comuns do Reino Unido que um dos familiares que estava abrigado na igreja havia morrido.
* Com colaboração de Kareem El Damanhoury
