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Donald Trump dá início a plano de reciprocidade tarifária
Promessa de presidente dos EUA ameaça disparar guerra comercial global
A Casa Branca divulgou nesta quinta-feira (13) o modelo escolhido pelo presidente Donald Trump para a implementação de tarifas de importação recíprocas.
As tarifas americanas vão funcionar como um espelho. Os Estados Unidos pretendem cobrar exatamente a mesma alíquota do imposto de importação que qualquer empresa americana precisa pagar para acessar um determinado mercado.
O objetivo de Donald Trump é diminuir o déficit da balança comercial, forçando as empresas estrangeiras que vendem no mercado americano a instalar fábricas nos Estados Unidos. A Casa Branca também espera usar as tarifas para financiar a redução da carga tributária sobre as empresas, uma das principais promessas de campanha do presidente americano.
O secretário de Comércio de Trump, Howard Lutnick, será responsável por definir as alíquotas que cada parceiro será obrigado a pagar. A expectativa é de que a iniciativa leve algumas semanas, período em que Lutnick também vai negociar individualmente com os aliados dos Estados Unidos para promover uma revisão bilateral das barreiras de importação.
Os EUA são uma das economias mais abertas do mundo. E ainda não está claro se Donald Trump de fato vai implementar as tarifas anunciadas nesta quinta-feira ou se elas são só uma tática de negociação.
Numa média ponderada, os Estados Unidos cobram 2,2% para a entrada de bens e serviços produzidos no exterior. O Brasil, por outro lado, pratica uma tarifa de 6,7%. Se a reciprocidade entrar em vigor em abril, os exportadores brasileiros pagarão, em média, três vezes mais impostos para acessar o mercado americano.
Nesta quinta-feira, Trump também ameaçou sobretaxar os países do Brics — incluindo o Brasil –, caso o grupo comece a fazer transações com uma moeda que não seja o dólar.
“Se eles vão brincar com o dólar, serão atingidos por tarifas de 100% no dia que eles mencionarem que querem fazer”, afirmou Trump.