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    Direto do Equador: CNN entra em Ilha Trinitária, região dominada pelo tráfico em Guayaquil

    Policiamento em uma das regiões mais perigosas do país foi intensificada a partir do Estado de Exceção decretado pelo presidente Daniel Noboa, em meio à onda de violência

    Luciana Taddeoda CNN

    Cercada por águas que desembocam no mar, a Ilha Trinitária (Isla Trinitaria, em espanhol) é uma das regiões mais perigosas do Equador. Encravada na região do porto de Guayaquil, maior cidade do país, que foi o epicentro da crise de segurança na última semana, a zona é disputada por facções que tentam controlar rotas do tráfico de drogas.

    A CNN entrou no local com apoio da polícia, que diz fazer operações frequentes ali e ter intensificado a presença na região a partir do Estado de Exceção decretado pelo presidente Daniel Noboa há uma semana.

    A medida foi tomada após a fuga da prisão de Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, que é o criminoso mais perigoso do país, no último domingo (7).

    Policiais ao lado de carro incendiado em região dominada pelo tráfico em Guayaquil / Divulgação/Polícia Nacional do Equador

    Na última semana, houve um tiroteio no local entre membros de facções criminosas, agora classificadas pelo governo equatoriano como “terroristas”, e policiais, na Ilha Trinitária. Um veículo da Polícia Nacional foi baleado e um criminoso foi morto.

    Segundo Freddy Ávalos, tenente coronel e chefe do distrito Esteros, onde está a ilha, armas de fogo e dinamites foram encontradas no bolso do homem morto. Além disso, na noite de terça (9) houve uma ameaça de ataque a um caixa eletrônico e um carro foi incendiado com três pessoas em seu interior.

    “Desde terça conseguimos conter essa onda criminosa. Com o Estado de exceção temos as ferramentas legais para proceder [contra as facções] fazendo uso progressivo da força. Isso foi mermando o vandalismo e atentados contra as pessoas e já não tivemos mortes violentas neste setor”, explica Ávalos.

    A violência no local tem como origem a dominação da área pelo tráfico de drogas. Muitos contêineres que chegam ao porto não são fiscalizados.

    Drogas como cocaína, maconha, opióides e alcalóide, além de combustível, saem do Equador escondidos em embarcações carregadas de alimentos, principalmente bananas, roupas e remédios para exportação. Os principais destinos do tráfico são países da Europa e da América do Norte, segundo policiais.

    Uma das modalidades para levar drogas escondidas, é prendê-la embaixo do casco das embarcações, na popa. Logo, o carregamento ilegal é rastreado por “salélites com baterias para até 20 dias, para que os grupos criminosos possam localizar onde está a carga naquele momento em qualquer lugar do mundo”, explica Roberto Quilumba, capitão da Polícia Nacional do Equador, responsável pelo setor.

    Além disso, os criminosos cobram “pedágios” de caminhoneiros que transportam cargas até o porto.

    O negócio faz com que a zona seja fortemente disputada pelas facções, levando terror à população. Mas segundo Quilumba, desde o início do Estado de exceção, a presença da polícia se intensificou no local.

    “Temos operações mais prolongadas, durante mais tempo, em horas conflituosas, não só durante o dia, mas também de noite, temos ajuda de grupos táticos, de grupos especializados da polícia nacional”.

    Jorge Flores, estivador que mora na região, diz que a zona é muito conflituosa, e que antes havia pouca presença policial, o que melhorou com o Estado de exceção. Perguntado pela CNN se aprova a presença das forças de segurança no local, ele responde positivamente: “Senão não poderíamos estar sentados aqui como estamos agora, estamos bem”.

    Mas com a câmera apagada, outros moradores contam, que nem com o Estado de Exceção, dormem tranquilos: um senhor disse à reportagem que sua filha está sendo ameaçada por criminosos, que dizem que irão matá-la se ela não pagar cinco dólares diários para uma das facções que atua no local.

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