Dificuldade para rastrear armas atrapalha julgamento em Haia, diz especialista
Professor de Relações Internacionais da ESPM Gunther Rudzit falou à CNN sobre o processo de investigação da guerra pelo Tribunal de Haia
O Tribunal de Haia iniciou uma investigação de crimes de guerra na Ucrânia após invasão da Rússia; para o professor de Relações Internacionais da ESPM Gunther Rudzit, a dificuldade em rastrear os armamentos utilizados pelas forças militares russas pode causar empecilhos na investigação.
A dificuldade se dá, principalmente, porque alguns arsenais podem ser fragmentados após acionados, como é o caso das munições cluster, que ao serem disparadas espalham pequenos explosivos, conforme explica – no vídeo acima – o âncora da CNN Márcio Gomes e o editor de Internacional Marcelo Favalli.
Em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (7), o professor considerou que tentar ir atrás de dados sobre o arsenal serve para mostrar um certo padrão de ação que o governo russo tem utilizado, “para realizar o que seria só uma suspeita”.
“Não é fácil, precisa ter acesso à localidade em que foi usado. Temos que lembrar que grande parte das munições que os russos usam hoje na Ucrânia foram ‘testadas’ antes na Síria, na guerra civil. A partir de 2015 a presença russa passou a ser gigantesca, por exemplo, na cidade de Alepo, no norte da Síria”, disse.
“A cidade foi arrasada, tudo que está acontecendo aí, já aconteceu antes”, acrescentou o professor.
O procurador do Tribunai Internacional Karim A.A. Khan disse em um comunicado que 39 dos estados-membros da Corte solicitaram a investigação em torno da guerra promovida pela Rússia; e implorou a todas as partes envolvidas no conflito que aderissem ao Direito Internacional Humanitário.
De acordo com o professor Gunther Rudzit, a discussão sobre investigação de arsenal de guerra, especialmente de armas químicas, ocorre desde o início do conflito na Síria.
“E sempre esbarra nesse ponto, você conseguir ter acesso a outras localidades e fazer essa compilação… não tenho muita perspectiva que isso ocorra não”, disse o professor.