Diáspora libanesa e países ajudarão na recuperação, analisa cientista político
A explosão na região portuária deixou vítimas e causou destruição em Beirute, a capital do Líbano, país que já vivia crise nas áreas econômica e política
O cientista político André Lajst, diretor da ONG educacional Stand With Us, avaliou, em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (6), como dever ser a recuperação do Líbano após a explosão que deixou vítimas e causou destruição em Beirute, a capital do país.
“A situação no Líbano já era quase catastrófica em relação às crises econômica e política que o país vem enfrentando nos últimos dez anos. Já tem um histórico de problemas sociais e a própria formação de divisão étnica, e isso desestabiliza um país de uma população pequena como o Líbano”, considerou.
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Para ele, a comunidade libanesa e a ajuda internacional serão essenciais para essa recuperação. “A diáspora libanesa e o país em si são muito amados, queridos e conhecidos. O Líbano tem milhões de pessoas que se consideram libanesas fora do país, que já são segunda ou terceira geração de imigrantes”, disse.
“Ou seja, essa diáspora, junto com a comunidade internacional, vai se solidarizar muito mais agora ao país, que já estava enfrentando problemas econômicos e tinha pedido ajuda do [Fundo Monetário Internacional] FMI”, acrescentou.
“O mundo vai colocar um pouco mais de foco na ajuda e também na prestação de contas, para evitar a corrupção e que o dinheiro vá para a mão de grupos radicais”, concluiu.
A explosão em Beirute, capital do Líbano, nessa terça-feira (4), deixou ao menos 137 mortos e milhares de feridos, segundo as autoridades locais e a Cruz Vermelha.
O acontecimento foi relacionado a uma grande quantidade de material explosivo confiscado e potencialmente inseguro, armazenado em um depósito no porto da cidade, próximo a áreas populosas.
Enquanto líderes mundiais e organizações internacionais se unem para oferecer ajuda, inicia-se uma investigação sobre o caso. Na manhã de quarta (5), equipes focaram em tratar os feridos, buscar sobreviventes e mensurar a extensão dos danos.
Os danos materiais estão estimados entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, segundo o governador de Beirute, Marwan Abboud.
(Edição: André Rigue)