Defesa diz que Trump não tentará transferir processo criminal da Geórgia para tribunal federal
Ex-presidente e outros 18 réus são acusados de pressionar as autoridades eleitorais no estado para reverter a derrota nas eleições presidenciais em 2020
A defesa de Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (28) que o ex-presidente dos Estados Unidos não tentará transferir um processo criminal sobre suposta conspiração para reverter a derrota nas eleições presidenciais de 2020 na Geórgia de um tribunal estadual para uma corte federal.
Trump, que é o principal pré-candidato presidencial do Partido Republicano para 2024, e outros 18 réus são acusados de pressionar as autoridades eleitorais da Geórgia para reverter a derrota em 2020 para o atual presidente norte-americano, Joe Biden, no estado.
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O empresário negou qualquer irregularidade e disse que o caso faz parte de uma caça às bruxas política. Ele e os outros réus se declararam inocentes.
A informação da defesa passada nesta quinta-feira é importante, porque se esperava que Trump se juntasse a vários réus do caso na tentativa de transferir o processo de uma corte estadual para um tribunal federal, onde ele poderia enfrentar um júri mais “amigável” do que no condado de Fulton, Geórgia, um reduto democrata, onde a ação foi apresentada.
Transferir o caso também poderia levá-lo a ficar atolado em audiências e recursos. Os promotores estão pressionando para que todos os 19 réus sejam julgados juntos em 23 de outubro, embora um juiz tenha dito que não acredita que esse prazo seja viável.
Inicialmente, Donald Trump havia indicado que seguiria o exemplo de seu ex-chefe de gabinete Mark Meadows, que rapidamente tentou levar seu caso para um tribunal federal, mas foi rejeitado este mês. Meadows está recorrendo dessa decisão.
Trump enfrenta diversos processos
Trump, Meadows e outros 17 foram acusados em um amplo indiciamento em agosto. Trump disse que o processo criminal e três outros que ele enfrenta fazem parte de uma trama política que visa impedi-lo de retomar à Casa Branca nas eleições do próximo ano.
O ex-presidente enfrenta acusações criminais em quatro casos. Ele também está sendo indiciado nos seguintes lugares:
- na Flórida, por manter documentos confidenciais após deixar o cargo;
- em Washington, por seus esforços para reverter a eleição de 2020;
- e em Nova York, por causa de suborno pago a uma estrela pornô antes da eleição de 2016.
Trump nega irregularidades e se declarou inocente também nesses casos.
Além disso, ele também enfrenta um processo civil movido pela procuradora-geral de Nova York, que alega que ele e a empresa da família sobreavaliaram o valor dos seus ativos em bilhões de dólares para garantir melhores condições de empréstimos e seguros.
O julgamento desse caso está marcado para começar na segunda-feira (2). Na última terça-feira (26), um juiz decidiu que Trump tinha cometido fraude e retirou dele o controle de várias propriedades importantes da sua carteira de negócios.
O julgamento incidirá, em grande parte, sobre o montante que Trump, as suas empresas e os seus dois filhos adultos terão de pagar em multas. O caso não envolve acusações criminais.