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    Debates virtuais não são novidade: veja como Kennedy e Nixon fizeram em 1960

    Kennedy estava em Nova York e Nixon em Los Angeles, e os dois foram mostrados em uma tela dividida

    Este ano já inspirou grandes inovações, mas a ideia de fazer um debate virtual por causa da pandemia de Covid-19 não é uma delas. Reunir pessoas remotamente e transmitir o encontro pela TV não é novidade, nem na política, nem nos debates presidenciais.

    Em 13 de outubro de 1960, o terceiro debate presidencial entre John Kennedy e Richard Nixon foi feito de forma remota. Kennedy estava em Nova York e Nixon em Los Angeles, e os dois foram mostrados em uma tela dividida. Já o moderador do debate, o âncora da emissora ABC News Bill Shadel, estava em Chicago com um painel de quatro repórteres.

    O evento aconteceu 60 anos (quase no mesmo dia) antes de a Comissão de Debates Presidenciais anunciar nessa quinta-feira (8) que o próximo debate entre o presidente Donald Trump e o rival democrata Joe Biden será realizado virtualmente, após o diagnóstico positivo do republicano para o novo coronavírus.

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    Na década de 1960, Shadel definiu a cena ao fazer a introdução ao debate histórico, explicando que, embora os dois indicados estivessem a 4,8 mil km um do outro, eles ainda podiam se ouvir e se ver ao vivo.

    “Agora, assim como no último encontro, os assuntos a serem discutidos serão sugeridos por meio de perguntas de um painel de correspondentes. Ao contrário dos dois primeiros programas, no entanto, os dois candidatos não vão compartilhar o mesmo espaço”, disse Shadel.

    “Em Nova York, o candidato democrata à presidência, senador John F. Kennedy. Separado por 4,8 mil km, em um estúdio em Los Angeles, o candidato presidencial do Partido Republicano, o vice-presidente Richard M. Nixon. Os dois agora se juntam à discussão desta noite por uma rede de recursos eletrônicos que permite que cada candidato veja e ouça o outro”, explicou Shadel.

    O “arranjo foi exigido pelo calendário de campanha dos candidatos, que os colocava em extremos opostos do país nesta fase da campanha”, segundo um artigo do jornal The New York Times publicado em 14 de outubro de 1960.

    Em 1967, Robert F. Kennedy e Ronald Reagan participaram de um debate chamado “Town Meeting of the World” (Sabatina do Mundo). O moderador Charles Collingwood ficou em Londres com um grupo de alunos que fez perguntas. Reagan e Kennedy responderam via satélite.

    Pandemia muda formato

    A pandemia de Covid-19 fez com que os eventos virtuais se tornassem a norma em 2020. Conferências de editores, formaturas  de faculdades e funerais foram forçados a migrar para o formato online devido às diretrizes de distanciamento social.

    Mas Trump disse nessa quinta que não vai participar do segundo debate se ele for realizado remotamente. Em entrevista à emissora Fox Business, o presidente sugeriu que um debate virtual significaria que o moderador poderia “cortá-lo quando quisesse”.

    Claro, os moderadores seguiriam as regras do debate, independentemente do formato. A campanha de Biden concordou com o debate virtual.

    O precedente de realizar debates virtuais foi criado há 60 anos. Kennedy participou. Nixon participou. Por que não Trump?

    “Existem razões compreensíveis para Trump querer evitar um debate virtual. O formato em si – com os dois candidatos em uma tela igualmente dividida, socialmente distantes um do outro – será um lembrete do fracasso de seu governo em conter o novo coronavírus”, disse Brian Steller, da CNN.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês.)

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