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    De olho no Capitólio, polícia reforça segurança para atos da direita em Washington

    Comício chamado Justiça para J6 (Justice for J6) tem como objetivo apoiar os manifestantes acusados no mortal Motim do Capitólio de 6 de janeiro

    Paul LeBlancda CNN

    O comício de direita de 18 de setembro em Washington, nos EUA, trouxe uma nova onda de preocupação sobre o potencial de mais violência no Capitólio. As forças policiais se preparam para uma variedade de cenários.

    Mas ainda não está claro quantos manifestantes planejam comparecer. E a manifestação ocorrerá em um sábado, quando as duas câmaras do Congresso estarão em recesso, o que significa que muito menos legisladores ou funcionários estarão na área.

    O chefe de polícia do Capitólio dos Estados Unidos, Tom Manger, disse aos repórteres na sexta-feira (17) que o departamento tem um “plano forte em vigor para garantir que o evento permaneça pacífico e que, se ocorrer violência, podemos detê-la o mais rápido possível”.

    Para que serve o comício?

    O comício chamado Justiça para J6 (Justice for J6) tem como objetivo apoiar os manifestantes acusados no mortal Motim do Capitólio de 6 de janeiro. Os organizadores dizem que o evento está programado para começar na tarde deste sábado (18).

    Quem são os organizadores?

    A manifestação está sendo planejada pela Look Ahead America, uma organização sem fins lucrativos liderada por Matt Braynard, ex-funcionário da campanha de Trump. “O grupo é dedicado a defender os norte-americanos patriotas que foram esquecidos pelo nosso governo”, de acordo com o site deles.

    Em entrevistas à CNN, Braynard insistiu que o evento será pacífico e que “ninguém que trouxer uma arma fará parte da nossa multidão”. Braynard também encorajou os participantes a não usarem nenhum candidato ou acessório que faça referência à eleição.

    Ainda assim, pelo menos um líder dos Proud Boys estimulou seguidores de todo o país a comparecer, embora outras pessoas tenham desencorajado a participação e alertado que pode ser uma operação de “bandeira falsa” destinada a prender apoiadores.

    Enquanto isso, o movimento White Lives Matter está anunciando manifestações globais para 18 de setembro e tem apoiado os insurrecionistas de 6 de janeiro online. O grupo não tem representantes em Washington.

    Quem deve comparecer?

    Manger disse na sexta-feira (17) que a Polícia do Capitólio ainda não sabe quantas pessoas esperar, mas os organizadores do evento garantiram uma licença para 700 participantes em Washington.

    Cerca de 500 pessoas indicaram que planejam comparecer, embora um memorando interno da Polícia do Capitólio revisado pela CNN observa que eventos anteriores organizados pela Look Ahead America tiveram comparecimento significativamente menor do que o esperado.

    Nenhum membro titular do Congresso está programado para aparecer. Mas a lista de palestrantes inclui dois candidatos republicanos ao congresso: Mike Collins, que está concorrendo a uma cadeira na Câmara pela Georgia, e Joe Kent, que está concorrendo para destituir o deputado Jaime Herrera Beutler, do estado de Washington, um republicano que votou pelo impeachment de Trump.

    O advogado que representa a família de Ashli Babbitt, que morreu enquanto participava da rebelião no Capitólio, também foi convidado a falar, mas ainda não confirmou a presença, de acordo com o relatório do Departamento de Segurança Interna (DHS).

    O que as forças policiais estão esperando?

    Os policiais estão se preparando para potenciais confrontos e distúrbios durante o comício, de acordo com um memorando interno da Polícia do Capitólio revisado pela CNN.

    O relatório de inteligência sobre o evento observa que a conversa online em apoio ao comício começou a aumentar após o policial que atirou fatalmente em Babbitt divulgar sua identidade em uma entrevista recente com Lester Holt, da rede de televisão NBC.

    Houve um aumento notável na retórica violenta em torno do evento e discussões acaloradas centradas na morte de Babbitt nas redes sociais e fóruns de discussão, de acordo com o memorando. O documento adverte que muitos indivíduos também podem ver o 18 de setembro como uma manifestação do movimento Justice for Ashli Babbitt, o que pode ser motivo de preocupação, e não é irracional planejar confusões violentas.

    Houve discussões adicionais sobre a violência associada ao evento, com um bate-papo online sugerindo ataques a centros judaicos e igrejas liberais enquanto a polícia estiver distraída no dia.

    Em seu briefing de inteligência de quinta-feira (16), o DHS alertou sobre o potencial de violência de pessoas envolvidas ou opostas ao comício “Justice for J6”, dizendo que um “contra-comício está agendado para acontecer no mesmo dia na, Freedom Plaza em Washington, aumentando o potencial de violência entre oponentes ideológicos”.

    A Polícia do Capitólio está ciente da existência de três grupos distintos que podem conter os protestos no sábado, disse Manger na sexta-feira, acrescentando que “dois dos grupos não têm muito histórico de violência; um deles já teve alguns confrontos antes”.

    O DHS também alertou sobre violência potencial no dia anterior ao comício. O departamento disse que um desafio adicional para o cumprimento da lei é o uso provável de plataformas de comunicação criptografadas ou fechadas por aqueles que procuram cometer violência.

    Quais etapas de segurança serão implementadas?

    Autoridades tomaram medidas para garantir que haverá uma presença significativa de segurança, e ajuda adicional estará de prontidão – em contraste com o que aconteceu antes de 6 de janeiro.

    A CNN soube que a polícia de Washington será totalmente ativada no sábado, e a Guarda Nacional de DC estará pronta para fornecer assistência em caso de emergência, segundo uma fonte familiarizada com a segurança em torno do evento.

    A Polícia do Capitólio dos EUA reinstalou uma nova cerca temporária na noite de quarta-feira (15) ao redor do complexo do Capitólio antes da manifestação. A cerca foi erguida ao redor do Capitólio após o tumulto de 6 de janeiro, removida meses depois.

    Vários bloqueios de vias estarão em vigor ao redor do Capitólio e da Avenida Constitution, com a possibilidade de fechamentos intermitentes adicionais, disse o chefe da Polícia Metropolitana de DC, Robert Contee.

    Além disso, a Polícia do Capitólio disse em um comunicado no início da semana que seu conselho “emitiu uma declaração de emergência, que entrará em vigor no momento da manifestação e permitirá que o Departamento substitua policiais externos como Oficiais Especiais da Polícia do Capitólio dos Estados Unidos”.

    “Queremos garantir a todos que estas são medidas temporárias para garantir a segurança de todos”, declarou Manger. “Somos extremamente gratos pelo apoio que continuamos a receber da comunidade local e de nossas partes interessadas do Congresso, enquanto realizamos nossa missão”.

    A TSA (autoridade em segurança aérea) também está aumentando a segurança no Aeroporto Nacional Ronald Reagan de Washington, dizendo aos viajantes que devem esperar ver mais oficiais de segurança e os cães policiais (K-9s) no aeroporto no fim de semana.

    O que os legisladores estão dizendo sobre os preparativos de segurança?

    Depois que Manger informou os quatro principais líderes do Congresso sobre os preparativos de segurança para o comício, a presidente do Congresso Nancy Pelosi disse aos repórteres que o planejamento “parece muito melhor”. Pelosi também observou que ela “não tem nada para comparar, porque não fomos informados antes”, referindo-se à insurreição de 6 de janeiro.

    O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse da mesma forma que acredita que a Polícia do Capitólio está “bem preparada, atenta, profissional e mais alerta do que as pessoas estavam antes de 6 de janeiro”.

    Melanie Zanona, Jessica Schneider, Whitney Wild, Geneva Sands, Zachary Cohen, Pete Muntean e Veronica Stracqualursi, da CNN, contribuíram para esta reportagem

    (Texto traduzido e adaptado. Leia o original em inglês)

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