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    Danos civis em Gaza minam objetivos de Israel, dizem EUA no Conselho de Segurança

    Ataques recentes em Rafah causaram críticas da comunidade internacional

    Palestinos se reúnem no local de um ataque israelense a um campo para deslocados internos em Rafah, em 27 de maio de 2024
    Palestinos se reúnem no local de um ataque israelense a um campo para deslocados internos em Rafah, em 27 de maio de 2024 Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

    Michelle Nicholsda Reuters

    Israel deve fazer mais para proteger os civis palestinos na Faixa de Gaza e “remover todos os obstáculos ao fluxo de ajuda em grande escala através de todas as passagens e rotas” para a região, disseram os Estados Unidos ao Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (29).

    “O padrão contínuo de danos civis significativos resultantes de incidentes como os ataques aéreos de domingo mina os objetivos estratégicos de Israel em Gaza”, afirmou o vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, ao conselho de 15 membros.

    Um ataque israelense no domingo (26) provocou um incêndio em um acampamento em zona humanitária em Rafah, no sul de Gaza, matando pelo menos 45 pessoas.

    Israel, que é aliado dos EUA, destacou que tinha como alvo combatentes do Hamas e não tinha intenção de matar civis.

    A Argélia apresentou na terça-feira (28) um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU que ordena que Israel “suspenda imediatamente a sua ofensiva militar” em Rafah.

    Nesta quarta-feira, Wood destacou a repórteres que os EUA estão analisando o assunto, mas é improvável que a ação da ONU seja útil ou mude a situação no terreno.

    O texto também cita uma decisão da Corte Internacional de Justiça de 24 de maio que ordenou que Israel suspenda imediatamente o ataque militar a Rafah, uma decisão emergencial histórica no caso da África do Sul que acusa Israel de genocídio.

    Wood disse que a medida da CIJ vai ao encontro da posição dos EUA de que Israel deve evitar uma grande operação militar em Rafah, que colocaria em risco um grande número de civis.

    Entretanto, os EUA ressaltaram na terça-feira (28) que as ações de Israel na área não representaram uma grande operação terrestre que mude a política dos EUA em relação a Israel.

    “Continuamos acreditando que há alternativas a uma grande operação que promoveria melhor o objetivo de Israel de derrotar duradouramente o Hamas e também proteger os palestinos inocentes”, avaliou Wood.

    “Israel tem o direito de se defender contra o Hamas. Mas Israel também tem a obrigação de proteger os civis”, advertiu o diplomata.

    “O fato de os líderes e combatentes do Hamas se esconderem entre civis não diminui a necessidade de Israel conduzir as suas operações de acordo com o direito humanitário internacional”, concluiu.

    O acesso da ajuda humanitária a Gaza tem sido extremamente limitado desde que Israel iniciou a operação militar em Rafah, afirmou a ONU.

    “Mais deve ser feito para garantir que mais ajuda chegue a Gaza através de todas as rotas e possa ser distribuída com segurança aos necessitados em toda Gaza”, destacou Wood.