Dancei com a rainha em festas, diz brasileira que trabalhou para a família real

Ao longo de seis anos, a brasileira Danielle dos Santos Cabral acompanhou de perto momentos especiais, entre solenidades e situações informais, da monarquia britânica. A vendedora-executiva conheceu a rainha Elizabeth II, que morreu nesta quinta-feira (8), e seus castelos. Em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (9), ela contou fatos e curiosidades do trabalho para a família real.

Danielle trabalhava além do Palácio de Buckingham, em Londres. Ela viajava com a rainha para os castelos de Windsor e de Balmoral, na Escócia, e para Sandringham House, a casa de campo real, em Norfolk.

“Eu trabalhei durante seis anos e encontrei ela em várias ocasiões. Todo ano recebíamos um presente de Natal dela em mãos e também encontrei em festas, dancei e conversei com ela. Encontrei com ela várias vezes em Balmore, a gente trabalhava e tinha intervalo à tarde quando fazíamos caminhadas pela fazenda”, diz Danielle.

Segundo Danielle, o trabalho permitiu conhecer um outro lado da personalidade de Elizabeth II, para além das formalidades observadas no comportamento da realeza britânica.

“Era sempre uma pessoa muito gentil, atenciosa, que sempre gostou de conversar com todos os funcionários e não fazia diferença entre ninguém, só tenho boas recordações. Ontem fiquei muito chateada com a notícia”, conta.

Rei Charles III

Agora chamado rei Charles III, o filho primogênito da rainha Elizabeth II assumiu o trono inglês na quinta-feira (8).

“Eu encontrei com o Charles várias vezes, para mim ele é uma das pessoas mais gentis e simpáticas da família real. Eu tinha uma visão totalmente diferente quando comecei a trabalhar no palácio a respeito do Charles”, diz Danielle. “Adorava conversar com ele sempre que tinha oportunidade, encontrei com ele em festas e eventos no palácio e em todas as vezes ele foi extremamente gentil”, completa.

Situações inusitadas

Danielle afirma que o trabalho para a família real surgiu a partir de um convite, quando ela era funcionária de um supermercado local.

“Quando mudei pra Inglaterra eu nunca pensei que ia trabalhar lá. Já tinha visitado Londres antes de me mudar pra lá, foi um protocolo imenso. Do dia que me falaram que estava empregada até o dia que comecei a trabalhar demorou uma média de 9 meses”, relata.

Segundo Danielle, foi realizada uma pesquisa sobre empresas anteriores e lugares em que ela morou no Brasil. “Eles falaram pra mim que ligavam para o Brasil e as pessoas não acreditavam que eles estavam falando do Palácio de Buckingham. Então as pessoas desligavam, não davam atenção, então tiveram uns problemas”, diz.

Certa vez, já durante o trabalho, quando estava grávida, ela encomendou um berço para ser entregue no palácio. O endereço um tanto quanto incomum chamou atenção dos entregadores que ligaram mais de uma vez para confirmar o transporte.

“Eu falei: ‘Sou eu mesma que estou grávida, não é a rainha, você entrega por favor, sou eu mesma, pode entregar que está tudo certo'”, conta Danielle.