Cruz Vermelha abre hospital de campanha em Rafah em meio à crise humanitária
Unidade tem 60 leitos e poderá atender 200 pessoas por dia
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou nesta terça-feira (14) que abriu um novo hospital de campanha com 60 leitos na cidade de Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza, para auxiliar na prestação de cuidados médicos urgentes à população palestina.
De acordo com a instituição, a unidade de saúde poderá atender 200 pessoas por dia e prestará atendimento cirúrgico de emergência, pediátrico e ambulatório, cuidados obstétricos, ginecológicos, maternos e neonatais.
Além disso, será possível fazer “gestão de vítimas em massa” e triagem. A equipe do hospital de campanha será composta por cerca de 30 especialistas humanitários de diversas sociedades nacionais da Cruz Vermelha que irão colaborar com a manutenção dessa unidade.
Isso incluirá cirurgiões, médicos, anestesistas, enfermeiros, técnicos, engenheiros, logísticos e administradores.
A Cruz Vermelha ressaltou que a unidade tem como objetivo complementar e apoiar o trabalho da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, uma organização humanitária.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que mais de um milhão de pessoas estariam refugiadas em Rafah — muitas delas seguindo ordem de retirada para o sul do território palestino por Israel.
Entretanto, as forças israelenses se preparam para uma invasão em grande escala na cidade, pois alegam que este seria o último reduto de combatentes do Hamas.
Especialistas, líderes mundiais e organizações humanitárias alertam que um ataque do tipo seria devastador e agravaria ainda mais a crise humanitária na Faixa de Gaza, resultando na morte de civis.
Ainda segundo a Cruz Vermelha, diversas unidades de saúde importantes de Gaza foram danificados, como os hospitais Al-Amal e Al Quds e outros centros de serviços médicos de emergência.
“De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 33% dos 36 hospitais de Gaza e 30% dos centros de assistência primária à saúde estão funcionando com alguma capacidade, e aqueles que ainda estão operacionais estão sobrecarregados de pacientes”, adverte.
Assim, a organização humanitária reforça que as unidades de saúde devem ser protegidas seguindo o Direito Internacional Humanitário: “Os hospitais são santuários para tratar e preservar a vida humana”.
Os ataques israelenses na Faixa de Gaza mataram mais de 35 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, controlado pelo Hamas.
A guerra começou em 7 de outubro, quando combatentes do grupo armado invadiram Israel e mataram mais de 1.200 pessoas, a maioria civis, e fizeram centenas de reféns, de acordo com dados israelenses.