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    Criança de 10 anos precisa viajar para fazer aborto após estupro nos EUA

    Menina, de Ohio, foi submetida à interrupção da gravidez em Indianápolis; suspeito admitiu às autoridades que estuprou a jovem em pelo menos duas ocasiões

    Chuck Johnstonda CNN

    Um homem de Columbus foi acusado de estuprar uma menina de 10 anos de Ohio que então teve que viajar para Indiana em busca de um aborto depois que a Suprema Corte anulou Roe v. Wad, de acordo com os processos judiciais aos quais a CNN obteve através da afiliada WBNS.

    Os rumores do caso atraíram atenção nacional e internacional, com alguns líderes políticos dos EUA fazendo referência a ele em conversas sobre a proibição do aborto.

    Gerson Fuentes, de 27 anos, foi preso na terça-feira (12), segundo a polícia de Columbus e documentos judiciais. Ele foi acusado de estupro de menor de 13 anos, aponta Tribunal Municipal do Condado de Franklin. Sua primeira aparição no tribunal foi na quarta-feira (13).

    Fuentes está detido sob fiança de US$ 2 milhões, conforme relatou o tribunal. A CNN entrou em contato com seu advogado para comentar.

    Em testemunho na quarta-feira durante a acusação de Fuentes, Det. Jeffrey Huhn testemunhou que o homem admitiu às autoridades que estuprou a jovem em pelo menos duas ocasiões.

    A polícia foi alertada pela primeira vez sobre a gravidez da criança no final de junho através de um encaminhamento de um departamento local de serviços infantis, que foi feito pela mãe da criança de 10 anos.

    A menina foi submetida a um aborto médico em Indianápolis em 30 de junho, informou o detetive. O DNA da clínica de Indianápolis estava sendo testado em amostras de Fuentes e dos irmãos da criança, explicou Huhn.

    A próxima audiência de Fuentes no tribunal é 22 de julho.

    Em um comunicado na quarta-feira, o procurador-geral de Ohio, Dave Yost, disse: “Meu coração dói pela dor sofrida por esta criança”.

    “Sou grato pelo trabalho diligente do Departamento de Polícia de Columbus em garantir uma confissão e tirar um estuprador da rua”, disse Yost.

    “A justiça deve ser feita e [o Departamento de Investigação Criminal de Ohio] está pronto para apoiar a aplicação da lei em Ohio colocando esses criminosos atrás das grades”.

    Depois que Roe v. Wade foi derrubada, uma lei que proibia abortos a partir de seis semanas de gravidez entrou em vigor em Ohio.

    A médica obstetra de Indianápolis, Cailin Bernard, disse à CNN no início deste mês que, depois de ser contatada por um médico de abuso infantil em Ohio, ajudou uma menina de 10 anos a fazer um aborto em Indiana.

    A jovem estava com seis semanas e três dias de gravidez, relatou Bernard à CNN.

    A médica disse que viu um influxo imediato de pacientes que procuram a interrupção da gravidez em Indiana, principalmente dos estados vizinhos Kentucky e Ohio, que aprovaram leis que limitam severamente os cuidados com o aborto após a decisão da Suprema Corte.

    O jornal Columbus Dispatch foi o primeiro a noticiar o caso e a prisão. O Departamento de Polícia de Columbus não forneceu imediatamente detalhes adicionais sobre a detenção.

    “Por compaixão pelas vítimas, não comentaremos nenhum estupro de menores”, afirmou o porta-voz da polícia de Columbus, o sargento Joe Albert, à CNN.

    A reportagem também entrou em contato com o procurador-geral de Ohio, com o Franklin County Child Services e com um provedor de aborto com sede em Indiana para obter detalhes adicionais.

    Nos dias que antecederam a prisão de Fuentes, alguns meios de comunicação conservadores e autoridades republicanas expressaram dúvidas sobre o caso ou até se a menina existia.

    O deputado Jim Jordan, um republicano de Ohio, twittou: “Outra mentira. Alguém surpreso?”. A publicação foi deletada.

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