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    Pandemia de Covid-19 é chance de recomeçar, diz futurista alemão

    "Os próximos dez anos trarão mais mudanças do que os 100 anos anteriores", diz alemão Gerd Leonhard

    Paulo Favero, do Estadão Conteúdo

    Pensador da era digital, o alemão Gerd Leonhard virá ao Brasil para o 2.º Congresso Olímpico, em 19 e 20 de março, em Salvador. O futurista tem mais de 25 anos de experiência na indústria de tecnologia e entretenimento, é autor de best sellers e já deu mais de 1.600 conferências ao redor do mundo, sempre falando sobre tecnologia, ciências e humanidades. Ao Estadão, ele faz um alerta: “Os próximos dez anos trarão mais mudanças do que os 100 anos anteriores.”

    Como você avalia o impacto da pandemia de Covid-19 no mundo?

    Basicamente, é como um botão de resetar. Tudo que a gente considerava normal mudou. E isso não vai embora e vai se tornar o “novo normal”. Tem sido um teste duro para todos. Para os governos, para a cooperação. Mas também nos mostrou coisas interessantes. Vimos que é possível colaborar, como no caso das vacinas, mas para distribuir os imunizantes nós não cooperamos bem.

    Foi possível aprender algumas lições?

    A Covid-19 é um teste inicial para as mudanças climáticas. Tudo que estamos fazendo para lidar com a Covid-19, como dinheiro extra, mais esforços, para além dos governos, estamos aprendendo que precisamos fazer isso também para lidar com as mudanças climáticas. Temos diferentes legislações, precisamos cooperar, é uma lição dolorosa que tivemos. Acho que de muitas maneiras a Covid-19 para as pessoas jovens é como a 2ª Guerra Mundial para os meus pais. É como uma parada, o início de um grande período de mudanças. Por isso, digo que os próximos dez anos trarão mais mudanças do que os 100 anos anteriores.

    A pandemia também reforçou disputa entre fake news e informação confiável. Acredita que esse conflito ainda vai durar por muito tempo?

    Acho que essa é uma outra coisa boa que veio da pandemia de Covid-19. Nós percebemos que realmente precisamos ter bons meios de comunicação para informar as pessoas. Não pode ser apenas uma máquina como Facebook e seus algoritmos.

    Como será o mundo em 2050?

    Com certeza teremos resolvido a maioria dos problemas urgentes, como doenças tipo o câncer, a questão da água e da energia. Teremos energia ilimitada e de graça e comida em abundância. Espero que nesse período tenhamos um tipo de governo global que lide com os problemas mundiais, um conselho de sábios.

    E no caso do Brasil?

    A situação é mais difícil, porque é um país em desenvolvimento, com 30 milhões de pessoas na pobreza. A única solução é os países ricos darem suporte aos pobres. Isso já aconteceu com a vacina, a próxima será com a tecnologia para lidar com mudanças climáticas.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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