Corte permite que Assange recorra contra extradição aos EUA
Decisão do tribunal representa vitória para o fundador do WikiLeaks, acusado de espionagem
A disputa legal do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para evitar a extradição para os Estados Unidos recebeu um enorme impulso na segunda-feira (20), quando a Alta Corte de Justiça de Londres decidiu que as garantias dos EUA sobre o seu caso eram insatisfatórias e que ele teria direito a uma audiência completa para avaliar seu recurso.
Em março, o tribunal concedeu provisoriamente a Assange, 52 anos, permissão para recorrer com base em três fundamentos. Mas deu aos EUA a oportunidade de fornecer garantias satisfatórias de que não iria buscar a pena de morte e de que ele poderia recorrer em solo americano com base no direito da Primeira Emenda à liberdade de expressão num julgamento.
Numa decisão curta, dois juízes disseram que as petições apresentadas pelos EUA não eram suficientes e permitiram que o recurso de Assange fosse adiante.
A esposa, o irmão e o pai de Assange companharam o julgamento. Ele, entretanto, alegou problemas de saúde e não foi ao tribunal.
Centenas de manifestantes pró-Assange se reuniram em frente à corte nesta segunda-feira para demonstrar apoio ao fundador do Wikileaks.
Entre as demandas do grupo está o pedido para que o presidente dos EUA, Joe Biden, conceda um perdão presidencial a Assange.
O WikiLeaks divulgou milhares de documentos sigilosos de militares americanos sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque – a maior falha de segurança na história das forças armadas dos EUA. O vazamento incluiu, também, registros de negociações diplomáticas.