Corpos de 46 palestinos são recuperados, após retirada israelense de Khan Younis
Informação foi divulgada por hospital em Gaza
Os corpos de 46 palestinos foram levados ao Hospital Europeu em Gaza desde a manhã da segunda (8). A informação foi confirmada pelo próprio hospital em um comunicado em seu canal do Telegram.
“A maioria dos corpos veio do leste da área de Khan Younis, e os corpos estão em decomposição e foram encontrados mortos sob escombros de edifícios demolidos”, diz o texto. Do total, 38 corpos já foram identificados, acrescentou o hospital.
Isso ocorre após uma operação de busca e recuperação após a retirada das forças israelenses de Khan Younis anunciada no domingo (7).
Dezenas de moradores de Khan Younis, que foram deslocados à força para Rafah ao sul do Faixa de Gaza, retornaram para suas casas na segunda-feira.
Um vídeo filmado por um cinegrafista da CNN mostra pessoas pulando sobre escombros em busca de suas residências. A maioria delas disse que os locais estavam irreconhecíveis.
“Ela [a casa] ficava ali. Tudo está destruído”, disse Aseel, uma menina de 12 anos, apontando para uma pilha de entulho. “Só conseguimos recuperar pequenas coisas de nossa casa. Quem me dera ter ido buscar as minhas roupas”, acrescentou.
“De onde devemos pegar nossas coisas? De que casas? Para quem vamos reclamar sobre nossas preocupações? A quem vamos reclamar dos israelenses? Não temos vida aqui. Onde vamos viver?”, indagou Abdelkarim, outra criança palestina. “Como vamos aprender agora? Não há mais vida. Nossa infância se foi. Eles nos destruíram”, finalizou.
Retirada de tropas
No domingo (7), militares israelenses anunciaram que haviam retirado as forças terrestres de Khan Younis, no sul do território palestino, após meses de combate. Eles acrescentaram que uma “força significativa” permaneceu em outras áreas da Faixa de Gaza.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), a missão na cidade foi concluída e disse que a saída do local é para a recuperação e para a preparação para futuras operações.
Quando perguntadas pela CNN sobre os motivos da retirada, as FDI se recusaram a comentar. O movimento levanta questões sobre o plano de Israel de invadir Rafah, a área densamente povoada do sul de Gaza que até agora escapou dos combates no terreno.
