Coreia do Sul vai aderir às sanções contra a Rússia e enviar ajuda à Ucrânia
Decisão de proibir também exportações de materiais não estratégicos, incluindo semicondutores e eletrônicos, será tomada “o mais rápido possível”
A Coreia do Sul proibirá as exportações de materiais estratégicos para a Rússia e se juntará ao esforço internacional para bloquear alguns bancos russos do sistema global de pagamentos SWIFT, disse o Ministério das Relações Exteriores do país nesta segunda-feira (28).
O ministério não divulgou quais materiais estratégicos importantes estariam sujeitos a proibições de exportação, mas disse que notificou os Estados Unidos de sua decisão por meio de um canal diplomático.
A decisão de proibir também as exportações de materiais não estratégicos, incluindo semicondutores e eletrônicos, será tomada “o mais rápido possível”, acrescentou o ministério.
O ministério também confirmou que a Coreia do Sul pressionará por uma liberação adicional de reservas estratégicas de petróleo para estabilizar o mercado internacional de energia, antes de revisar outras medidas, como a revenda de gás natural liquefeito para a Europa.
O país aumentará seu apoio humanitário à Ucrânia cooperando com a comunidade internacional e enviando equipamentos militares não letais, informou o ministério.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.
Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.
De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)