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    Coreia do Norte tem capacidade para aumentar produção de urânio, diz relatório

    Pesquisadores analisaram imagens de satélite recentes das instalações de Pyongsan, única fonte publicamente conhecida de yellowcake – minério de urânio – do país

    Josh Smithda Reuters

    A Coreia do Norte pode obter todo o urânio de que precisa para criar armas nucleares em sua usina em Pyongsan, além de produzir muito mais combustível nuclear do que tem feito atualmente, concluiu um novo estudo acadêmico que analisou imagens de satélite de pilhas de rejeitos.

    Apesar de uma moratória autoimposta aos testes de armas nucleares desde 2017, a Coreia do Norte disse que continua a construir seu arsenal e, este ano, parece ter reiniciado um reator que seria usado para produzir plutônio para armas.

    De acordo com uma pesquisa publicada no mês passado na revista Science & Global Security por pesquisadores da Universidade de Stanford e de uma empresa de consultoria em mineração sediada no Arizona, a Coreia do Norte pode ser capaz de aumentar a produção e não precisa de outras usinas de urânio.

    “Está claro que a RPDC parece ter substancialmente mais capacidade do que tem usado até agora”, disse o relatório, usando as iniciais do nome oficial da Coreia do Norte, República Popular Democrática da Coreia.

    “Isso significa que a RPDC poderia produzir quantidades muito maiores de urânio natural processado, se desejar.”

    A instalação de concentração de urânio de Pyongsan e sua mina associada são a única fonte publicamente reconhecida de yellowcake, ou minério de urânio, da Coreia do Norte, de acordo com analistas.

    O novo estudo surge pouco depois de outras imagens de satélite mostrarem que a Coreia do Norte está construindo uma grande expansão em seu reator nuclear de Yongbyon, que analistas dizem que pode ser usado para produzir urânio para armas.

    “Dado o programa nuclear ativo da RPDC, é de extrema importância avaliar e compreender sua capacidade de produção de materiais nucleares”, escreveram os autores do estudo, que enviaram suas conclusões em abril.

    Essas capacidades governam a taxa na qual a Coreia do Norte pode expandir seu arsenal nuclear, determinam a magnitude da ameaça à segurança internacional e o desafio do desarmamento nuclear potencial, além de medir a capacidade da Pyongyang de abastecer seu futuro programa de energia nuclear, disse o relatório.

    Arsenal nuclear crescente

    A questão sobre quantas armas nucleares a Coreia do Norte possui é uma questão fundamental para as agências de inteligência na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, bem como para quaisquer negociações destinadas a limitar ou reduzir o arsenal norte-coreano.

    Os Estados Unidos, que querem que Pyongyang entregue seu arsenal nuclear, disseram que estão abertos a um encontro com a Coreia do Norte sem pré-condições.

    Já a Coreia do Norte afirma que negociações só serão possíveis depois que os EUA e seus aliados abandonarem o que considera políticas hostis.

    A inteligência sobre armas nucleares norte-coreanas é limitada, mas David Albright, presidente do Instituto de Ciência e Segurança Internacional, disse à Reuters que estima que o país tenha capacidade para produzir material para quatro a seis ogivas por ano.

    O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse em setembro que o “programa nuclear da Coreia do Norte está a todo vapor com o trabalho de separação de plutônio, enriquecimento de urânio e outras atividades.”

    Não houve relatos de acesso de inspetores externos à mina de urânio de Pyongsan após a visita da AIEA em 1992, deixando os detalhes da fábrica incertos, disse o relatório acadêmico.

    Os autores usaram algoritmos de inteligência artificial desenvolvidos pela Orbital Insight, uma empresa de análise geoespacial com sede na Califórnia, para analisar imagens de satélite para padrões de uso da terra ao redor da instalação de Pyongsan.

    O yellowcake da mina é um componente-chave da produção de combustível nuclear da Coreia do Norte, incluindo seu reator de 5 megawatts (MW), que é visto como capaz de produzir plutônio para armas.

    A AIEA e outros analistas relataram no meio do ano que o reator parecia estar operando pela primeira vez desde 2018.

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