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    Coreia do Norte encerra toda a cooperação econômica com a Coreia do Sul

    Presidente sul-coreano diz que é "difícil entender o pensamento por trás da medida"

    Jack Kimda Reuters , Seul

    A Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte votou pela anulação de todos os acordos assinados com a Coreia do Sul de promoção da cooperação econômica, informou a agência de notícias oficial do Norte, KCNA, na quinta-feira (8) no horário local, uma vez que as relações entre as duas Coreias continuam a se deteriorar drasticamente.

    A assembleia, que toma medidas formais para a adoção da política ditada pelo Partido dos Trabalhadores, também votou pela abolição das leis que regem os laços econômicos com Seul, incluindo a lei especial sobre a operação do projeto turístico do Monte Kumgang.

    As excursões à montanha panorâmica ao norte da fronteira eram um símbolo de uma cooperação econômica iniciada durante um período de engajamento entre as duas Coreias no começo dos anos 2000, atraindo quase 2 milhões de visitantes sul-coreanos.

    O projeto foi suspenso em 2008 depois que um turista sul-coreano entrou em uma zona restrita e foi baleado e morto por guardas norte-coreanos.

    A Coreia do Norte disse que agora considera o Sul como um inimigo em guerra e, no ano passado, descartou um pacto militar assinado em 2018 para diminuir a tensão perto da fronteira militar sob uma trégua que encerrou a Guerra da Coreia de 1950 a 1953.

    Em uma entrevista pré-gravada à TV estatal KBS transmitida na noite de quarta-feira (7), o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol chamou a mudança na política intercoreana da Coreia do Norte de “uma mudança extraordinária”, mas disse que era difícil entender o pensamento por trás da medida.

    “O que não mudou é que o Norte tentou, por mais de 70 anos, nos transformar em comunistas e, ao fazer isso, percebeu que suas armas convencionais eram insuficientes, então passou a desenvolver armas nucleares para nos ameaçar”, disse ele.

    Yoon, que tem adotado uma linha dura contra Pyongyang, disse que continua aberto ao Norte, até mesmo para uma reunião de cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e a fornecer auxílio se isso ajudar sua economia, mas disse que a liderança norte-coreana “não é um grupo racional”.

    Desde que assumiu o poder em 2011, Kim pressionou o Norte a desenvolver armas nucleares e mísseis balísticos de vários alcances, aumentando a tensão com a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mesmo com o enfraquecimento de sua economia.

    A KCNA informou, também, que nesta quarta-feira (7), Kim visitou as fábricas que produzem bens de consumo e alimentos e deu orientações sobre a modernização das instalações como parte da implementação de uma nova política de desenvolvimento regional.

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