Se contivermos desmatamento, alcançamos meta antes de 2030, diz embaixador à CNN
Secretário de Assuntos Políticos Multilaterais do Itamaraty, Paulino Franco de Carvalho Neto falou sobre anúncios brasileiros na conferência da ONU
Em entrevista à CNN, o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, secretário de Assuntos Políticos Multilaterais do Itamaraty, disse que as metas anunciadas pelo Brasil na COP26 exigirão um grande esforço por parte do governo federal.
Mesmo assim, ele afirmou acreditar que seja possível reduzir 50% da emissão dos gases de efeito estufa antes mesmo de 2030, ano anunciado como meta na conferência climática das Nações Unidas (ONU).
“Fizemos um anúncio muito importante e ambicioso, que é o aumento do nosso percentual de redução de emissões de gases de efeito estufa. Passamos de 43% para 50%, tomando como base o ano de 2005. Ou seja, em 2030, teremos que emitir metade do que emitimos em 2005”, disse Carvalho.
Segundo o embaixador, o desafio é global, e não exclusivo do Brasil. O país, afirmou ele, “está na linha de frente” do esforços ambientais mesmo não sendo uma nação desenvolvida.
Carvalho classificou o desmatamento como o “grande desafio” para o Brasil cumprir as metas anunciadas na COP26. “É um problema que temos que enfrentar e, se enfrentarmos com êxito e contivermos o desmatamento, com certeza alcançaremos essa meta até com alguma folga”, disse.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) começou no domingo (31), em Glasgow, na Escócia. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não participou do evento. Hoje, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, discursou para líderes mundiais sobre as metas ambientais do país, consideradas mais ousadas do que as cogitadas inicialmente.
Inicialmente, a proposta do governo era apresentar uma redução entre 45% e 48% das emissões até o final da década, conforme antecipou o analista de assuntos internacionais da CNN, Lourival Sant’Anna, no domingo (31).
Havia ainda a expectativa de que o Brasil não firmasse nenhuma decisão relacionada à neutralização das emissões de carbono até a metade do século, porém foi anunciado o compromisso do país neutralizar as emissões de carbono até 2050.