COP26: Entenda o que significa a regulamentação das emissões de carbono
À CNN Rádio, o especialista Marcus Nakagawa explicou que será necessária a verificação e validação do carbono emitido pelos países
A expectativa desta semana na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP26, é de que sejam definidas as regras para a regulamentação das emissões de carbono.
Mas o que isso significa? De acordo com o coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental (CEDES), Marcus Nakagawa, em entrevista à CNN Rádio, este ponto é chave para a Conferência.
Ele fez um comparativo com a regulamentação que já existe na parte financeira de uma nação. “Todo o dinheiro que tramita, tem as leis, o Banco Central, o que podemos fazer com o dinheiro. É isso que precisa regulamentar para as questões de carbono.”
Agora, quando um governo diz que emite determinada quantidade de carbono ou vai deixar de emitir, “alguém vai precisar verificar e validar.”
Da mesma forma, haverá o mercado de “não-carbono”: “Alguém vai comprá-lo, aquela licença para emitir carbono, é um trade, uma compra e venda próxima as de produtos e serviços. Mas se compra ‘o nada’, a eliminação do carbono.”
Brasil pode ser beneficiado
Marcus Nakagawa avalia que, se for possível regulamentar a partir de regras estabelecidas na COP26 e for criado o mercado de carbono — “com auditorias, tecnologias de Inteligência Artificial, drones, blockchain para controle” — o Brasil pode ser beneficiado.
“O agronegócio pode inclusive vender a não-emissão, protegendo florestas que os grandes produtores têm, o setor vai ganhar dinheiro justamente por manter essa floresta em pé”, completou.
*Com produção de Camila Olivo