Conflito não é de interesse de ninguém, diz Xi Jinping a Biden
Telefonema foi o primeiro entre os dois líderes mundiais a tratar da guerra na Ucrânia
Conflito e confronto não são do interesse de ninguém, disse o presidente chinês Xi Jinping a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em uma videoconferência na manhã desta sexta-feira (18), de acordo com o relatado pela mídia estatal chinesa.
“Relações entre estados não podem chegar no estágio do confronto militar. Conflitos e confrontos não são do interesse de ninguém. A paz e a segurança são os tesouros mais valorizados da comunidade internacional”, disse Xi segundo um comunicado oficial enviado.
A conversa por telefone entre Biden e Xi começou às 9h03 (horário de Brasília) de hoje. Os Estados Unidos temem que a China possa fornecer à Rússia equipamentos militares para ajudar na invasão. A China nega que tenha feito tal movimento.
O telefonema foi o primeiro entre os dois líderes mundiais sobre o assunto, apesar de comentários passados de ministros de ambos países.
Segundo a nota enviada à CNN pela Embaixada da China no Brasil, Xi Jinping destacou que o mundo “não está tranquilo ou estável”, e que a “crise na Ucrânia não é algo que se deseja ver”.
O presidente chinês destacou ainda a posição de seu país e dos Estados Unidos no embate:
“Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e como as duas maiores economias do mundo, devemos não apenas guiar as relações entre China e EUA pelo caminho certo, mas também assumir nossa parte de responsabilidades internacionais e trabalhar pela paz e tranquilidade mundial”, complementa o comunicado.
Na segunda-feira (14), em uma reunião que durou sete horas em Roma, na Itália, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, se encontrou com o principal diplomata chinês, Yang Jiechi, e alertou sobre “implicações e consequências potenciais” para a China caso o apoio à Rússia esteja próximo.
Não foi a primeira vez em que o governo de Biden emitiu alertas públicos e privados de que Pequim enfrentaria “consequências terríveis” se fornecer apoio material à guerra de Vladimir Putin.
O mesmo tom foi repetido pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que considerou que a China tem a “responsabilidade” de usar sua influência com o presidente russo para parar a guerra na Ucrânia.
Em entrevista coletiva realizada horas após a videoconferência entre Joe Biden e Xi Jinping, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, reiterou que os Estados Unidos deixou claro que a China precisa tomar uma decisão sobre a guerra.
Psaki afirmou que Biden deixou claras as consequências em ligação.
“Foi dito ao presidente Xi Jinping que teriam consequências caso a China apoiasse a Rússia. Nós temos outras reuniões acontecendo, mas muitos líderes do mundo todo estão observando como vamos nos posicionar se haver um apoio à Rússia enquanto eles invadem a Ucrânia ilegalmente”, disse a porta-voz.