Congresso dos EUA avança com projeto que pode banir TikTok no país
Câmara dos Deputados marcou votação sobre o assunto para sábado (20)
Uma mobilização para forçar a empresa chinesa ByteDance, dona do TikTok, a vender o aplicativo de rede social ou ser banida dos Estados Unidos ganhou força nesta quinta-feira (18) no Congresso norte-americano.
Isso porque a Câmara dos Deputados marcou a votação da medida para sábado (20), e uma senadora democrata mostrou apoio público à proposta.
Controlada pelos republicanos, a Câmara dos Deputados incluiu a medida em um pacote legislativo de US$ 95 bilhões de ajuda a aliados, incluindo a Ucrânia e Israel, um grande avanço em uma pauta defendida há meses pelo governo.
O novo texto, que dará à ByteDance um ano para vender seu aplicativo de vídeos, ganhou o apoio de Maria Cantwell, presidente da Comissão de Comércio do Senado, o que aumenta muito suas chances de aprovação.
O projeto anterior, aprovado pela Câmara dos Deputados no mês passado com forte apoio bipartidário, daria à ByteDance seis meses para a venda.
Muitos congressistas e o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, acusam o TikTok de oferecer riscos à segurança nacional pelo fato de a China poder exigir da companhia o compartilhamento de dados dos seus 170 milhões de usuários norte-americanos.
A empresa afirma que nunca compartilhou dados dos EUA, nem nunca o fará.
“Estou muito feliz que o presidente Johnson e os líderes da Câmara incorporaram minha recomendação de estender o período de desinvestimento da ByteDance de seis meses para um ano”, destacou Cantwell em comunicado.
“A extensão do período de desinvestimento é necessária para assegurar que haja tempo o suficiente para que um novo comprador feche um acordo. Eu apoio esse projeto atualizado”, adicionou.
Em comunicado, um porta-voz do TikTok ressaltou que é “triste que a Câmara dos Deputados esteja usando um disfarce de uma importante assistência externa e humanitária” para aprovar o projeto.
A empresa disse que os limites ao aplicativo violariam o direito dos usuários norte-americanos à liberdade de expressão, protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, e afetariam 7 milhões de empresas que, segundo ela, usam o aplicativo no país.