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    Como se tornar presidente dos Estados Unidos; veja passo a passo

    O caminho até a Casa Branca é longo e complexo; entenda cada etapa

    Jéssica Otoboni, , da CNN, em São Paulo

    A Constituição dos Estados Unidos determina que para ser presidente do país é preciso atender a apenas três requisitos: ser um cidadão norte-americano (por nascimento, e não cidadania adquirida), ter ao menos 35 anos de idade e ter residência permanente no país por, no mínimo, 14 anos.

    Tomar a decisão de governar os EUA é abrir mão da vida pessoal e de qualquer senso de privacidade. Não é preciso ter experiência em política ou uma determinada formação, mas é necessário montar uma estratégia muito bem estruturada, já que o caminho a se percorrer até a Casa Branca é bem longo.

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    Partido

    Cumpridos os requisitos e anunciada a intenção de concorrer (no meio do ano anterior ao da eleição), o primeiro passo é escolher um partido – se o candidato quiser concorrer entre os grandes. Diferente do que muita gente pensa, o país tem um sistema multipartidário.

    O Democrata e o Republicano são os mais fortes, mas não os únicos. Há o Partido Reformista, o Libertário, o Socialista, entre outros. No entanto, para muitos norte-americanos, os candidatos considerados sérios estão nos dois principais. Além disso, desde 1852 não se tem um presidente que não seja democrata ou republicano.

    Ainda assim, se quiser, o candidato pode se lançar como independente, sem qualquer filiação partidária. Neste caso, normalmente ele precisa preencher documentos e inscrições estaduais solicitando que o nome dele apareça nas cédulas ou na urna eletrônica daquela região. Até hoje, o primeiro presidente dos EUA, George Washington, foi o único independente eleito.

    Eleições primárias e caucuses

    Após escolher o partido, é preciso ganhar popularidade e conquistar os eleitores. Os candidatos, então, fazem campanha durante quase um ano percorrendo o país na tentativa de ganhar apoio. Em seguida, é hora de os partidos escolherem um nome, o que acontece por meio de votações prévias realizadas de janeiro a junho do ano eleitoral. Nos EUA, o voto é indireto. Logo, os eleitores votam em um candidato, mas na verdade elegem um grupo de representantes que votarão por eles. Isso acontece tanto na fase de votações prévias quanto gerais.

    Os partidos escolhem seus candidatos de duas formas: primárias e caucuses. Apesar de diferentes, os dois métodos têm a mesma finalidade: determinar quantos delegados cada candidato receberá. Basicamente, quem tiver mais delegados, ganha a indicação. Esses representantes são as pessoas que vão às convenções partidárias e votam, conforme a vontade dos eleitores de cada estado, para oficializar os presidenciáveis. Geralmente são indivíduos engajados politicamente e membros ativos dos partidos.

    Na primária, processo mais comum, os eleitores norte-americanos votam no candidato preferido – lembrando, claro, que nos EUA não é obrigatório votar. O voto é secreto e o evento é administrado por governos estaduais e locais. As primárias podem ser fechadas (nas quais somente os eleitores filiados ao partido podem votar), abertas (qualquer eleitor registrado pode votar) ou uma variação das duas.

    Já no caucus, uma espécie de convenção partidária, são os membros do partido que se reúnem presencialmente para debater – o que pode levar horas – e votar em um candidato. Aqui o voto pode ser secreto ou aberto e o evento é administrado pelos próprios partidos.

    Em meio a isso há a chamada Superterça, dia no qual é disputada a maioria dos delegados dos partidos. Em 2020, ela aconteceu em 3 de março e teve votações em 14 estados.

    O número de delegados dos partidos em disputa em cada estado é determinado por uma fórmula complexa que envolve vários fatores, incluindo dados populacionais do Censo do país, e varia de região para região e às vezes de ano para ano.

    Há duas formas de contabilizar os votos para os candidatos. No sistema proporcional, utilizado pelos democratas em todos os estados, o número de delegados concedidos a cada candidato é baseado no número de votos que cada um recebeu no estado. No sistema “winner takes all” (o vencedor leva tudo), quem tiver mais votos leva todos os delegados do estado. Os republicanos deixam cada estado escolher o sistema que quer utilizar.

    Convenções nacionais

    Após as primárias e caucuses, cada partido realiza uma convenção nacional para oficializar o candidato que vai disputar as eleições presidenciais. Para isso, os delegados votam “confirmando” a escolha feita pelos eleitores nas prévias estaduais. Durante esses eventos, que ocorrem de julho a setembro, o indicado anuncia sua escolha para concorrer à vice-presidência.

    Para conseguir a indicação democrata, o candidato precisa obter ao menos 1.991 delegados do total de 3.979 durante as prévias, realizadas em todos os estados. Além destes, ainda há 771 superdelegados que podem votar no candidato democrata que quiserem, não necessariamente o mais votado nas primárias. Contudo, eles só votam se nenhum candidato atingir o número necessário na votação na convenção. Neste caso, o candidato precisa obter a maioria (metade + 1) dos votos do total de votantes (delegados + superdelegados).

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    Para conseguir a indicação republicana, é preciso 1.276 dos 2.551 delegados, e aqui não há superdelegados. Em 2020, o partido teve prévias em 44 estados – os demais, por determinação do partido, alocaram os delegados diretamente a Donald Trump.

    Durante as convenções nacionais, os indicados aproveitam para expor ideias e promover suas plataformas. No último dia do evento, os candidatos confirmados para presidência e vice na votação fazem o tradicional discurso de aceitação da candidatura.

    Campanha

    Depois de serem oficializados, os candidatos voltam a fazer campanha pelo país, explicando planos de governo e visões sobre os mais variados temas. Em meio a tudo isso, fazem comícios e eventos para arrecadar fundos e bancar as despesas da campanha, como funcionários e anúncios na TV e na internet.

    Ao longo dessa fase, de setembro a outubro, eles também participam de debates com os concorrentes para expor e defender ideias, além de criticar o adversário.

    Eleições gerais e Colégio Eleitoral

    Finalmente em novembro os eleitores do país vão às urnas (ou votam pelo correio) para escolher o presidente e vice. Mas, na verdade, por ser uma votação indireta, o voto vai para os delegados, que compõem o Colégio Eleitoral e confirmam a escolha de seus estados em uma votação realizada em dezembro.

    O total de delegados em disputa nesta etapa é 538 – 1 para cada membro da Câmara dos Deputados (435) e do Senado (100), e mais 3 no Distrito de Columbia. O candidato precisa de ao menos 270 desses votos para vencer a eleição e se tornar presidente.

    Apesar de, na maioria dos casos, o dito vencedor ser anunciado horas após a eleição, o Colégio Eleitoral vota somente no mês seguinte e, em janeiro, o Congresso conta os votos e oficializa o resultado. (Se houver um empate, veja o que acontece.)

    Posse

    No dia 20 de janeiro, o presidente e o vice fazem o juramento, tomam posse e assumem a Casa Branca.

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