Como funciona a apuração dos votos na eleição presidencial dos Estados Unidos
Os resultados das eleições norte-americanas são divididos em duas etapas: apuração e certificação


As horas seguintes ao fim da votação presidencial nos Estados Unidos costumam ser marcadas pela imprevisibilidade – basta olhar para a apuração da eleição presidencial de 2016, quando o republicano Donald Trump surpreendeu e derrotou a democrata Hillary Clinton.
Acompanhe em tempo real a apuração dos votos para presidente dos EUA
Neste ano, o cenário está ainda mais confuso do que nas disputas anteriores. Isso porque a pandemia do novo coronavírus modificou a forma como milhões de norte-americanos votam para presidente, e um número sem precedente de eleitores emitiu o voto antecipadamente, seja de forma presencial ou pelos correios.
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Além disso, em pelos menos três estados-chave na disputa de 2020, Pensilvânia, Wisconsin e Michigan – todos com potencial para mudar o resultado da votação – as cédulas enviadas pelo correio só puderam ser contadas perto do fim ou depois do encerramento da votação na terça-feira (3), o que levou a atrasos na definição dos resultados nesses locais.
A contagem dos votos também está levando mais tempo do que o normal porque alguns estados permitiram que as cédulas cheguem aos departamentos eleitorais mesmo após o dia da eleição – desde que tenham sido postadas até terça.
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Prazo máximo para resultados finais
Os resultados das eleições norte-americanas são divididos em duas etapas: apuração e certificação. A primeira parte consiste na contagem e validação dos votos feita pelos funcionários eleitorais de cada estado. Já a certificação é o processo em que as autoridades estaduais formalizam o resultado da eleição.
Assim como as demais regras eleitorais nos EUA, os prazos para a certificação dos resultados são definidos por cada estado. Em 2020, são os seguintes:
• Delaware, Virgínia, Vermont, Dakota do Sul, Oklahoma e Louisiana: até uma semana após a votação, portanto dia 10 de novembro;
• Wyoming, Carolina do Sul, Pensilvânia, Mississippi, Flórida, Massachusetts, Idaho, Arkansas, Dakota do Norte, Geórgia, Utah, Michigan, Maine, Kentucky, Ohio, Carolina do Norte, Novo México, Minnesota, Indiana, Alasca, Alabama, Nebraska, Montana, Iowa, Colorado, Arizona e no Distrito de Columbia: entre 11 e 30 de novembro;

• Wisconsin, Nevada, Kansas, Virgínia Ocidental, Washington, Texas, Oregon, Connecticut, Illinois, Nova York, New Jersey, Missouri, Maryland e Califórnia: até dezembro;
• Havaí, New Hampshire, Rhode Island e Tennessee: não há um prazo oficial.
É possível pedir recontagem?
Sim. Em todos os 50 estados norte-americanos é possível. E pelo menos 20 estados têm legislação que determina a recontagem automaticamente, caso a vitória de um candidato fique dentro de uma certa margem.
Além disso, 43 estados permitem que candidatos, partidos políticos e eleitores solicitem uma recontagem. Caso isso ocorra, os resultados da eleição são suspensos até a conclusão do processo.
O caso mais notório de recontagem de votos nas eleições dos EUA ocorreu em 2000, na Flórida, na eleição entre o democrata Al Gore e o republicano George W. Bush.
Bush foi declarado o vencedor no estado com uma margem de apenas 537 votos, o que lhe garantiu a maioria dos delegados no Colégio Eleitoral e, consequentemente, a presidência dos EUA.
(Com informações de Alexis Benveniste, da CNN)