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    Como a corrida de cavalos foi a paixão de longa data da rainha Elizabeth II

    Ela tinha apenas 16 anos quando visitou, pela primeira vez, um estábulo de corrida

    Aly Vanceda CNN , Em Londres

    Como esquecer a reação da rainha no Royal Ascot – uma das principais pistas do Reino Unido –, em 2013, quando seu cavalo de corrida, Estimate, ganhou a prestigiosa Gold Cup?

    Foi um momento raro em que a rainha – então com 87 anos – com todo o entusiasmo de uma jovem, assistiu a corrida do camarote real e incitou seu cavalo à linha de chegada.

    Foi um momento extraordinário que ficará na memória de muitos observadores, pois ofereceu um lado humano raramente exibido entre toda a pompa e protocolo.

    Rainha Elizabeth na Gold Cup de 2013. Foto: Mark Cuthbert/UK Press/Getty Images

    As corridas estavam entre as poucas ocasiões em que a rainha podia permitir que sua guarda baixasse em público por alguns momentos e ela pudesse se misturar entre os presentes como uma pura fã de corridas. No entanto, como os admiradores do esporte sabem, ela estava longe de ser apenas uma fã.

    Os cavalos foram elementos centrais na vida da rainha desde muito cedo.

    Ela tinha apenas 16 anos quando visitou, pela primeira vez, um estábulo de corrida.

    Seu pai, George VI, foi com ela conhecer dois cavalos de corrida de primeira linha – Big Game e Sun Chariot.

    “Ela os viu galopando antes de algumas grandes corridas iminentes”, disse o jornalista e autor Julian Muscat à CNN em 2018.

    “Depois, ela foi e deu um tapinha na cabeça deles e adorou a sensação e a sedosidade de seus pelos”

    “A história diz que ela não lavou as mãos pelo resto do dia.”

    Seu amor por cavalos permaneceu inalterado, seja seu sucesso na criação de pôneis nativos, seu trabalho de caridade equino ou, mais notavelmente, seu relacionamento longo e bem-sucedido com o cavalo de corrida puro-sangue, Estimate.

    E embora Estimate possa ter fornecido à rainha indiscutivelmente sua melhor vitória em corridas como proprietária de cavalos, ela teve sucesso generalizado com vários animais vencedores em seu nome desde sua coroação, em 1953.

    Ela foi nomeada proprietária do British Flat racing Champion em 1954 e 1957 e – com vitórias nas St Leger Stakes, Epsom Oaks, 1000 Guineas e 2.000 Guineas – a única das cinco corridas clássicas britânicas que a escapou foi o Epsom Derby.

    De todos os cavalos bem sucedidos que ela possuía, a maioria era de raça caseira.

    É uma vertente do esporte pela qual ela se interessou particularmente e diz-se que se satisfez por ter visto aquele cavalo como um potro, crescer e depois ir para as corridas.

    Ela fez visitas regulares ao Royal Stud em Sandringham, Norfolk e, uma vez que os cavalos pararam de correr, eles permaneceram sob seus cuidados na aposentadoria. Sua primeira aparição pública após o bloqueio do Covid-19 em 2020 foi, claro, montando um de seus pôneis pelos terrenos do Castelo de Windsor.

    Foto: Associated Press

    O mundo das corridas foi rápido em prestar condolências após a notícia de sua morte.

    O jóquei italiano Frankie Dettori disse que foi uma “honra de uma vida” montar para a rainha em muitas ocasiões.

    “Como homem, foi uma honra maior ter conhecido uma pessoa tão notável”, acrescentou em uma publicação no Twitter.

    “Serei eternamente grato pelo tempo, gentileza e humor que Sua Majestade me concedeu calorosamente. Obrigada Senhora.”

    É comum ver treinadores e proprietários brifando os jóqueis antes das corridas, discutindo táticas e oportunidades, e com a rainha não foi diferente.

    Se ela tivesse um cavalo correndo em seu nome no Royal Ascot, não há dúvida de que ela estaria conversando com o treinador e o jóquei enquanto estudava os outros corredores da corrida.

    Dizia-se que seu conhecimento de corridas era enciclopédico e ela era a figura líder não oficial das corridas britânicas.

    Tal era sua importância para o esporte que as corridas foram canceladas no Reino Unido assim que sua morte foi anunciada.

    Muitos dos cavalos estrangeiros que chegam ao Royal Ascot vindos dos Estados Unidos, Hong Kong e Austrália não buscam o prêmio em dinheiro, que está atrás em praticamente qualquer outra corrida, mas vêm pelo prestígio, muito do qual foi associado à rainha.

    Ela perdeu o festival, este ano, pela primeira vez desde sua coroação, devido aos problemas de mobilidade.

    “Sentar com a rainha é uma memória que nunca esquecerei pelo resto da minha vida”, disse o treinador americano Wesley Ward no Royal Ascot de 2016.

    “Tivemos uma conversa maravilhosa sobre os cavalos e ela estava muito interessada em falar comigo, na medida em que meus cavalos disparavam para a frente e eu tive a sorte de ganhar alguns dessa maneira. E ela estava me perguntando tudo sobre minhas táticas e como eu os treinava para fazer isso.

    “Então eu olhei para ela e disse: ‘Bem, quando você vai para a frente, eles têm que pegar você’. E ela disse ‘É isso o que eu disso aos treinadores’…Foi simplesmente você sentando e conversando com alguém que está nas corridas. Você tem que se beliscar para perceber que está falando com a rainha da Inglaterra.”

    Seu interesse em corridas de cavalos foi passado de geração em geração e, embora nunca tenha sido mais forte do que no reinado da rainha, há grandes esperanças de que o príncipe Charles, agora Rei Charles III, e a duquesa da Cornualha, que tiveram corredores na Royal Ascot nos últimos anos, deem continuidade à tradição da realeza.

    FOTOS — Britânicos e visitantes prestam homenagem à rainha Elizabeth II

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