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    Combates na Síria matam 27 civis, incluindo crianças, diz autoridade da ONU

    Exército sírio diz que causou baixas pesadas a rebeldes no interior de Aleppo e Idlib

    Maya Gebeilyda Reuters

    Os combates no noroeste da Síria nos últimos três dias mataram 27 civis, incluindo oito crianças, disse uma autoridade da ONU nesta sexta-feira (29).

    Rebeldes liderados pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham lançaram uma incursão na quarta-feira (27) em uma dúzia de cidades e vilas na província noroeste de Aleppo, que é controlada pelo governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.

    O Exército do país afirmou que continua enfrentando o ataque, ressaltando em uma declaração que causou baixas pesadas aos insurgentes no interior de Aleppo e Idlib.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que a Rússia, que tem forças na Síria apoiando Assad, considerou o ataque rebelde uma violação da soberania da Síria. Pontuou também que as autoridades devem agir rápido para retomar o controle.

    Maior ataque desde 2020

    O ataque foi o maior desde março de 2020, quando Rússia e Turquia, país que apoia alguns dos rebeldes no noroeste, fecharam um acordo que acalmou o conflito.

    David Carden, Coordenador Humanitário Regional Adjunto da ONU para a Crise Síria, pontuou: “Estamos profundamente alarmados com a situação que se desenrola no noroeste da Síria”.

    “Ataques implacáveis ​​nos últimos três dias custaram a vida de pelo menos 27 civis, incluindo crianças de até oito anos de idade”, afirmou ele à Reuters.

    “Civis e infraestrutura civil não são alvos e devem ser protegidos pelo Direito Internacional Humanitário”, advertiu.

    A agência de notícias estatal síria Sana informou que quatro civis, incluindo dois estudantes, foram mortos nesta sexta-feira em Aleppo por bombardeios de rebeldes contra dormitórios de estudantes universitários.

    Não ficou claro se eles estão entre os 27 mortos relatados pelo funcionário da ONU.

    Bombardeio em área de fronteira

    Aviões de guerra russos e sírios bombardearam a área perto da fronteira com a Turquia na quinta-feira (28) para tentar repelira ofensiva insurgente que capturou território pela primeira vez em anos, disseram fontes do Exército sírio e rebeldes.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou que esse é um “ataque à soberania síria e somos a favor de que as autoridades sírias coloquem ordem na área e restaurem a ordem constitucional o mais rápido possível”.

    Questionado sobre relatos não confirmados do Telegram russo de que Assad havia ido para Moscou para conversas com o presidente russo, Vladimir Putin, Peskov disse que não tinha “nada a dizer” sobre o assunto.

    Entenda o conflito na Síria

    A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

    O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

    Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

    Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

    A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

    Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

    Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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