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    Com sistema de saúde pressionado, Argentina atinge 1 milhão de casos de Covid-19

    País se torna o menor do mundo em população a ultrapassar a marca de 1 milhão de casos. Em alguns províncias, hospitais estão próximos da lotação completa

    Pedestre caminha em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires
    Pedestre caminha em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires Foto: Agustin Marcarian/Reuters

    Marina Lammertyn, Horacio Soria eJorge Otaola,

    da Reuters

    A Argentina se tornou o quinto país a ultrapassar a marca de 1 milhão de casos do novo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde local atualizados nesta segunda-feira (19). O vizinho do Brasil se torna, assim, a menor nação em território e população a atingir a marca, após uma aceleração dos casos na última semana.

    Os outros quatro países que passaram de 1 milhão de casos de Covid-19 foram Estados Unidos (que tem população de 329 milhões de habitantes), Índia (1,3 bilhão), Brasil (211 milhões) e Rússia (146 milhões), todos com populações muito superiores aos 45 milhões de argentinos.

    Desde o início pandemia, 1.002.662 de infecções foram confirmadas no país sul-americano até noite de segunda. Nas últimas 24 horas, houve 12.982 novos casos notificados e 451 mortes.

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    A Argentina também enfrenta problemas pelos baixos níveis de testes. Como indicação de que a subnotificação pode estar alta, o país tem uma das mais altadas taxas de positividade por teste no mundo, com mais de 60% daqueles que se testam diagnosticando a presença do vírus. 

    A explosão de casos tem sobrecarregado hospitais e obras de saúde, com leitos em unidades de terapia intensiva no país com ocupação superior a 64%. Em algumas províncias, os sistemas de saúde estão prestes a ficar 100% cheios.

    “Eu gostaria que isso acabasse agora. Não posso continuar neste ritmo”, disse Cynthia Jiménez, médica residente em terapia intensiva do Hospital Posadas, na província de Buenos Aires, a área mais atingida do país.

    “Cansa ver pessoas que adoecem com insuficiência respiratória e temos que salvá-las”, acrescentou. “E você sabe que, se os intubar, vai acabar mal para muitos. Isso dói.”

    A Argentina impôs medidas de quarentena rígidas em 20 de março, logo após a confirmação do primeiro caso Covid-19 do país, o que inicialmente ajudou a retardar a disseminação do vírus.

    Desde então, o governo diminuiu as restrições em muitas partes para ajudar a relançar o crescimento econômico, levando a um aumento nas infecções. Mais de 26.000 pessoas morreram, para uma taxa de mortalidade do Covid-19 de cerca de 2,7%, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

    As fronteiras da Argentina permanecem fechadas ao turismo, embora os voos domésticos tenham retomado para pessoas com aprovação do governo para viajar por razões médicas, familiares ou de trabalho.