Com excesso de mortos, prefeitura de Guayaquil distribui caixões de papelão
Crise é consequência da pandemia do novo coronavírus, que levou a um acúmulo de cadáveres pelas ruas, necrotérios e funerárias


A prefeitura de Guayaquil, no Equador, começou a distribuir nesse domingo (5) caixões de papelão diante da escassez dos de madeira no país. A falta de caixões convencionais é consequência da pandemia do novo coronavírus, que levou a um acúmulo de cadáveres pelas ruas, necrotérios e funerárias, resultado da crise no setor de saúde equatoriano.
Com o volume crescente de mortes relacionadas à COVID-19, o país teve, nos últimos dias, dificuldades para coletar os cadáveres das vítimas, e algumas famílias relataram que ficaram com o corpo dos parentes em casa por vários dias.
Moradores de Guayaquil relatam que, por causa de rigorosas medidas de quarentena destinadas a impedir a propagação da doença, incluindo um toque de recolher, não têm como enterrar seus parentes de forma prática e digna.

Graças ao auxílio do setor privado e de uma associação local, a prefeitura da Guayaquil “entregará mais de mil caixões de papelão ondulado para garantir um enterro digno às vítimas da COVID-19”, disse Gloria Gallardo, presidente da Empresa de Turismo, Promoção Cívica e Relações Internacionais de Guayaquil, no Twitter.
Gracias al aporte de la empresa privada y la Asociación de Cartoneros, la @alcaldiagye entregará más de 1.000 ataúdes de cartón corrugado para brindar una digna sepultura a personas que perdieron la vida por covid-19, durante esta emergencia sanitaria. pic.twitter.com/ZJrAhpmfxq
— Gloria Gallardo (@GloriaGallardoZ) April 4, 2020
Segundo as autoridades da cidade portuária, já foram recebidos os primeiros 200 de um total de 2 mil caixões de papelão que serão fabricados.
O Equador tem mais de 3,6 mil casos confirmados do novo coronavírus e 180 mortos, de acordo com um balanço do governo. A Província de Guayas, onde está localizada Guayaquil, é a região mais prejudicada.