Colômbia e rebeldes do ELN declaram cessar-fogo
Negociações ocorreram em Cuba e determinam que os confrontos serão paralisados por 180 dias a partir de 3 de agosto; partes retomam o diálogo após dificuldades registradas em maio
O governo da Colômbia e o grupo guerrilheiro de esquerda ELN anunciaram um cessar-fogo bilateral nesta sexta-feira (9), depois de encerrada uma terceira rodada de negociações de paz em Havana.
Os preparativos para o cessar-fogo, que entrará em vigor no próximo dia 3 de agosto e durará 180 dias, devem começar imediatamente, disse o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, falando em nome das partes do acordo.
“No dia 3 de agosto de 2023, a plena implementação… do cessar-fogo bilateral nacional e temporário começará com a aplicação total dos protocolos e a plena operação do mecanismo de monitoramento e verificação”, disse Rodríguez.
Uma quarta rodada de negociações de paz acontecerá na Venezuela entre 14 de agosto e 4 de setembro, disse Rodríguez.
O anúncio do cessar-fogo é uma boa notícia para o presidente colombiano Gustavo Petro, que enfrenta alegações de irregularidades financeiras em sua campanha eleitoral, ameaçando outros aspectos das suas planejadas reformas políticas e sociais.
O presidente de esquerda, que compareceu ao anúncio do cessar-fogo nesta sexta-feira, prometeu no início do mandato um plano ambicioso para a paz total no país sul-americano, que há muito tempo é atormentado por conflitos internos.
“Aqui termina uma fase de insurgência armada na América Latina“, disse Petro aos participantes da cerimônia de encerramento em Havana. “O mundo das armas e de matar uns aos outros… precisa acabar.”
O conflito na Colômbia, que dura quase seis décadas, já matou pelo menos 450 mil pessoas.
As negociações em Havana pararam em meados de maio depois que Petro questionou a unidade da liderança do grupo, provocando uma resposta do ELN, que na época disse que as negociações haviam entrado em “crise”.