Coalizão liderada pela Arábia Saudita concorda em trégua no Iêmen
Guerra matou dezenas de milhares de pessoas e deixou milhões à beira da fome


Na sexta-feira (1º), a aliança militar liderada pela Arábia Saudita e o movimento Houthi alinhado ao Irã, que está em guerra no Iêmen desde 2015, concordou com uma trégua de dois meses, marcando um passo significativo para acabar com o conflito de anos.
A última suspensão coordenada das hostilidades em todo o país foi durante as negociações de paz em 2016.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a trégua, que ele disse ter “alimentado uma das piores crises humanitárias do mundo”.
A guerra matou dezenas de milhares de pessoas e deixou milhões à beira da fome.
Na sexta-feira ainda, Guterres elogiou “o governo do Iêmen, a coalizão liderada pela Arábia Saudita e os houthis por concordarem com uma trégua de dois meses no Iêmen, incluindo ataques transfronteiriços”.
“As partes aceitaram interromper todas as operações militares ofensivas aéreas, terrestres e marítimas dentro do Iêmen e de suas fronteiras; também concordaram que navios de petróleo entrassem nos portos de Hudaydah e voos comerciais operassem dentro e fora do aeroporto de Sana’a para destinos predeterminados na região; eles também concordaram em se reunir sob meus auspícios para abrir estradas em Taiz e outras províncias do Iêmen”, disse o enviado especial da ONU ao Iêmen, Hans Grundberg, em um comunicado.
A trégua pode ser renovada após o período de dois meses com o consentimento das partes, acrescentou Grundberg.
O ministro das Relações Exteriores do governo reconhecido internacionalmente do Iêmen, apoiado pela Arábia Saudita, disse na sexta-feira que tomará medidas para libertar prisioneiros, abrir o aeroporto de Sana’a e permitir que navios de petróleo passem pelo porto de Hodeidah.
“Recebi instruções claras do presidente Hadi para tomar as medidas necessárias para facilitar todos os arranjos para a libertação de todos os prisioneiros, abrindo o aeroporto de Sana’a, liberando navios de petróleo via Hodeidah, abrindo estradas na sitiada Taiz, para aliviar o sofrimento causados pelos houthis”, disse Ahmed bin Mubarak, no Twitter.
“Anunciamos imediatamente a liberação dos dois primeiros navios de petróleo por meio do porto de Hodeidah”, acrescentou.
Guterres sublinhou a importância da trégua em sua declaração, dizendo: “Por mais de sete anos, a guerra devastou a vida de milhões de mulheres, crianças e homens do Iêmen. A guerra alimentou uma das piores crises humanitárias do mundo, levou as instituições estatais à beira do colapso, reverteu o desenvolvimento humano em duas décadas e ameaçou a paz e a segurança regionais.
“Hoje deve ser o começo de um futuro melhor para o povo do Iêmen”, declarou ele.