CNN Mundo: pandemia de Covid-19 avança pelas Américas e cenário é de incertezas
Lourival Sant'Anna discute cenário com Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde e do Escritório Regional para as Américas da OMS
A pandemia do novo coronavírus segue avançando nas Américas. No Brasil, a curva de novos casos diagnosticados e de mortes é a que mais cresce neste momento.
Os Estados Unidos alcançaram a marca dos 2 milhões de casos, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. A América Latina é o novo epicentro mundial da pandemia, em especial Brasil e México.
O presidente Jair Bolsonaro segue os passos de Donald Trump, com críticas e ataques à Organização Mundial da Saúde (OMS). Governadores também sofrem pressões do presidente brasileiro e de parte dos empresários para reabrir a economia.
Para avaliar esse cenário de incertezas, o analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna conversou, nesta edição do CNN Mundo, com Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde e do Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde.
Veja alguns destaques desta discussão e as constatações apontadas pelo convidado Jarbas Barbosa:
“Nós vivemos na América Latina uma situação muito preocupante. Porque a transmissão começou depois. Primeiro tivemos: Ásia, Europa, EUA e, só depois, América Latina. Os governos dos países da América Latina tomaram as medidas de quarentena, distanciamento social e isso retardou a transmissão. Mas, pela própria situação da América Latina, nós somos uma região com muita pobreza e uma economia informal plenamente acometida pela Covid-19. Então, desde o começo, nós chamamos muito a atenção para a necessidade de haver uma rede de proteção social e compensação econômica para que a população mais pobre pudesse aderir às medidas de segurança. Do contrário, o risco é que se comece a produzir casos graves que necessitem de leitos de UTI em números maiores do que o disponível”.
Jarbas destacou a importância da testagem em massa como forma de controle da pandemia de coronavírus, especialmente no Brasil, onde a doença já vitimou mais de 40 mil pessoas.
“O Brasil fez um esforço importante de aumentar a disponibilidade de testes. A situação do Brasil hoje já possibilita testar todos os casos suspeitos, o que é recomendado. A própria Organização Pan-Americana da Saúde recebeu a solicitação do Brasil para adquirir 10 milhões de testes. Já entregamos 5 milhões e estamos em processo de compra do restante. A estratégia de testagem de casos suspeitos é muito importante. Quando isolamos os pacientes positivados, vamos encurtando o caminho do vírus e evitando que novas ondas de transmissões aconteçam”.
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