CNN entrevista Biden sobre pesquisas, protestos e bombas dos EUA para Israel
Presidente Joe Biden conversou com a CNN nos Estados Unidos para uma rara entrevista individual; Veja algumas linhas principais da entrevista
O presidente Joe Biden conversou com a CNN na quarta-feira (8) em uma rara entrevista individual na televisão americana com um membro da mídia nacional.
Eles conversaram em Wisconsin, onde Biden está tentando destacar um plano para criar empregos industriais e tecnológicos no centro-oeste.
A entrevista também acontece em um momento em que Biden aparece atrás do ex-presidente Donald Trump em várias pesquisas nacionais e em estados pêndulo, e em que a política de Biden de apoio a Israel criou uma barreira entre ele e os eleitores mais jovens e progressistas nos quais os democratas confiam.
- Sobre dados de pesquisas que o mostram atrás de Trump na economia e se ele está ficando sem tempo para mudar as percepções da economia antes do dia das eleições:
Já demos a volta por cima… os dados das pesquisas sempre estiveram errados
Joe Biden
Biden apontou para pesquisas que ele disse sugerirem que a maioria das pessoas estava satisfeita com sua própria situação. “Eles acham que a nação não vai bem, mas pessoalmente eles estão bem, disse Biden.
Os conselheiros da Casa Branca apontaram anteriormente para uma pesquisa da Universidade de Michigan que revelou um aumento geral na confiança do consumidor.
Em relação à inflação, ele concordou que as pessoas se afligem no dia a dia com o aumento do preço dos mantimentos e de outros itens de que necessitam, mas argumentou que se trata mais de raiva do que de incapacidade de comprar as coisas.
“Eles têm dinheiro para gastar. Isso os irrita e me irrita que eles tenham que gastar mais”, argumentou ele, antes de falar sobre a “ganância corporativa” como a responsável.
Em uma pesquisa da CNN realizada pelo SSRS e divulgada no final de abril, a maioria dos americanos, 70%, disse que as condições econômicas nos EUA eram ruins, e houve uma aprovação igualmente sombria da forma como Biden lidou com a economia. Sobre o tema finanças pessoais, a diretora de pesquisas da CNN, Jennifer Agiesta, escreveu:
A percepção dos americanos sobre as suas próprias finanças também permanece negativa, com 53% afirmando estar insatisfeitos com a sua situação financeira pessoal, enquanto 47% estão satisfeitos.
A insatisfação é fortemente prevalente entre aqueles com rendimentos mais baixos (67% insatisfeitos em famílias com rendimentos anuais inferiores a US$ 50 mil), negros e pardos (64% dizem que estão insatisfeitos) e americanos mais jovens (61% das pessoas com menos de 45 anos dizem que estão insatisfeitos).
- Sobre por que as pessoas deveriam acreditar nele na economia e não em Trump:
Ele nunca conseguiu criar empregos e eu nunca falhei. Criei mais de 15 milhões de empregos
Joe Biden
Biden estava em Wisconsin para obter uma vitória onde o plano de Trump falhou. Trump, durante a sua presidência, anunciou um acordo para atrair a empresa taiwanesa Foxconn e criar empregos na indústria tecnológica no centro-oeste.
Isso nunca aconteceu, e a unidade da Foxconn em Racine, Wisconsin, foi praticamente abandonada. Biden visitou a área para anunciar um plano da Microsoft para construir um centro de dados para treinar trabalhadores sobre a melhor forma de usar a inteligência artificial.
A afirmação de Biden de que foram criados 15 milhões de empregos nos EUA durante a sua administração é correta, mas falta o contexto de que tantos empregos foram temporariamente perdidos durante a pandemia de Covid-19.
Biden argumentou mais tarde que estava abordando a economia de “uma perspectiva de Scranton”, enquanto Trump vinha de “uma perspectiva de Mar-a-Lago”.
- Sobre quão seriamente ele leva a ameaça de que se Trump acreditar que a eleição não é “honesta”, o ex-presidente novamente não aceitará os resultados eleitorais:
Eu prometo a você que ele não vai
Joe Biden
“O cara não é um democrata com d minúsculo”, disse Biden, sugerindo que Trump não acredita na democracia. Ele acrescentou que Trump, se reeleito, prometeu usar seu procurador-geral para atingir certas pessoas e ser a “retribuição” de seus apoiadores.
“Qual presidente já disse algo assim?”, falou Biden. “E ele está falando sério”.
Biden disse que os líderes de outras democracias estão torcendo por ele. “80% deles, depois de termos uma reunião importante, eles dizem, você tem que vencer para que minha democracia permaneça – a democracia deles permaneça”, disse Biden.
- Sobre ser chamado de “Joe do Genocídio” nos protestos pró-Palestina nos campi universitários dos EUA e se ele ouve a mensagem dos jovens americanos:
Com certeza, eu ouço a mensagem
Joe Biden
Mas Biden expandiu, sugerindo que os manifestantes foram longe demais:
“Existe um direito legítimo à liberdade de expressão e de protesto. Há um direito legítimo de fazer isso e eles têm o direito de fazer isso. Mas não existe um direito legítimo de usar discurso de ódio. Não há um direito legítimo de ameaçar estudantes judeus. Não existe um direito legítimo de bloquear o acesso das pessoas às aulas. Isso é contra a lei.”
A partir daí, ele tentou explicar que aconselhou Israel a desenvolver planos melhores sobre o que fazer em Gaza, e comparou isso com os erros que os EUA cometeram depois do 11 de setembro, quando invadiram o Afeganistão e o Iraque.
“Fazia sentido pegar o (Osama) Bin Laden; não fazia sentido tentar unificar o Afeganistão. Na minha opinião, não fazia sentido pensar que no Iraque eles tinham uma arma nuclear”, disse Biden.
Ambos são pontos políticos sensíveis para Biden, que retirou as tropas dos EUA do Afeganistão, permitindo ao Talibã reafirmar o controle total do país. Ele também votou a favor da invasão do Iraque como senador dos EUA.
- Sobre se as bombas dos EUA foram usadas para matar civis em Gaza:
Civis foram mortos em Gaza como consequência dessas bombas e de outras formas pelas quais eles (Israel) atacam os centros populacionais
Joe Biden
Biden disse que os EUA atrasaram um carregamento de poderosas bombas de 900 quilos e que disse aos israelenses que não apoiará o plano militar de conduzir operações dentro de Rafah, no sul de Gaza, na fronteira egípcia.
“Eles não receberão o nosso apoio se de fato atacarem esses centros populacionais”, disse Biden, embora tenha prometido que os EUA continuariam a ajudar Israel a se proteger de ataques externos. “Vamos continuar a garantir que Israel esteja seguro em termos do Domo de Ferro e da sua capacidade de responder a ataques como os que ocorreram recentemente no Oriente Médio”, disse ele.