Exclusivo: CNN Brasil fica frente a frente com Vladimir Putin, presidente da Rússia; saiba mais
Daniel Rittner, diretor de Jornalismo da CNN, é um dos oito jornalistas – e o único das Américas – que entrevistarão o líder russo
A CNN Brasil entrevista Vladimir Putin, presidente da Rússia, nesta sexta-feira (18). Daniel Rittner, diretor de Jornalismo da CNN Brasil, é o único jornalista das Américas presente no evento.
Além da CNN Brasil, repórteres de outros 7 países que compõem os Brics, bloco de nações emergentes, foram convidados a participar.
A entrevista antecede a Cúpula dos Brics, que acontecerá em Kazan, entre 22 e 24 de outubro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve comparecer ao encontro.
EXCLUSIVO: Putin não irá ao G20 no Brasil
Em resposta a Daniel Rittner, da CNN, Putin afirmou que encontrará “outra pessoa na Rússia que possa representar os interesses” do país na Cúpula do G20, que acontecerá no Brasil.
Putin ponderou que a presença dele atrapalharia o trabalho do grupo, tendo em vista o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra ele por supostos crimes de guerra durante a operação russa na Ucrânia.
O Brasil é signatário do Tratado de Roma e seria obrigado a respeitar a decisão do TPI e prender o líder russo no momento em que ele chegasse ao solo brasileiro.
EXCLUSIVO: Putin diz que proposta de paz de Brasil e China é equilibrada
Em resposta à CNN Brasil, Vladimir Putin, presidente da Rússia, afirmou que a proposta de paz de Brasil e China para a guerra na Ucrânia mostra que os países estão “agindo por si”.
Ele ressaltou que a Rússia não foi consultada pelos governos brasileiro e chinês, mesmo que o país seja “próximo” a essas nações, e que não sabe dos termos exatos do documento.
“Se é bom ou não, é outra questão, mas é um testemunho de que Brasil e China estão agindo por si, não nas mãos de alguém, incluindo as mãos da Rússia”, comentou.
Guerra de Israel
Durante a entrevista, o líder russo defendeu a solução de dois Estados para a guerra na Faixa de Gaza.
Putin afirmou que conversou com líderes de Israel, da Arábia Saudita e palestinos, destacando que é “impossível falar sobre o problema palestino apenas sobre economia”
“Eu sei que a liderança israelense fala que precisa entregar apenas o suficiente para que eles [os palestinos] possam sobreviver. O problema vai além. Precisamos se basear em uma análise mais ampla”, ponderou.
O chefe de Estado russo informou ainda que convidou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para participar a Cúpula dos Brics, que a acontecerá em Kazan na próxima semana.
Entendimento entre Irã e Israel
Vladimir Putin afirmou ainda que a Rússia espera que a troca de ataques entre Israel e Irã pare em algum momento, destacando que um entendimento entre os dois países é difícil, mas possível.
“Estamos em contato com Israel, estamos em contato com o Irã. Temos relações de bastante confiança. E gostaríamos muito que essa troca de golpes parasse em algum momento”, disse Putin.
Ele abordou ainda que é preciso encontrar uma solução “que possa ser satisfatória para os dois lados”.
Em seguida, o líder russo ponderou que “entendimentos” nessa situação são possíveis, “não importa o quão difícil isso seja”.
Brics e aliança com China
Durante a entrevista, o presidente russo destacou os Brics ficarão maiores até 2027 e que o mercado internacional não pode sobreviver sem o bloco, “inclusive em tecnologia, como a inteligência artificial. Essa é a mudança mais tangível”.
“Os Brics não são contra ninguém. Os Brics não é um grupo anti-ocidente, é apenas um grupo não-ocidental”, adicionou.
Putin também ponderou que é importante que os novos integrantes do bloco considerem os princípios pelos quais os Brics foram fundados, mas que podem contribuir para o bloco, trazendo também interesse de aliados.
Ele ressaltou ainda a aliança com a China, pontuando que a relação com o país é “um dos fatores-chave para segurança no mundo”.
EUA minando relações com a China
Vladimir Putin avaliou que a imposição de sanções comerciais dos EUA contra a economia da China ameaça as relações entre Washington e Pequim.
“Os EUA precisam entender que estragaram a relação com a Rússia impondo sanções continuamente. Os EUA estão atrasados em 15 anos. Eles não serão capazes de parar o crescimento da China. É como tentar impedir o sol de nascer”, colocou.