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    Cidades chinesas batem recordes de calor enquanto outras podem ter neve

    Centro Meteorológico Nacional (NMC) emitiu seu primeiro alerta nacional de onda de frio no domingo, com o ar frio varrendo as regiões norte e central do país

    Kathleen Magramoda CNN

    A China está enfrentando condições climáticas extremas à medida que o calor escaldante bate recordes em algumas partes do país atingidas pela seca, enquanto o clima frio varre outras regiões à medida que a crise climática torna as condições mais instáveis.

    No sul, dezenas de alertas de seca foram emitidos para cidades e condados da província de Jiangxi, alertando que as lavouras podem sofrer as piores condições de seca em 50 anos.

    Mais ao norte, a cidade de Qingyang, na província de Gansu, atingiu 40,9ºC na segunda-feira (3), quebrando o recorde nacional de calor para outubro, em um momento em que as temperaturas normalmente giram em torno de 20ºC, segundo o serviço meteorológico Ogimet.

     

    As províncias do sul de Guangdong, Guangxi e Fujian também estabeleceram um novo recorde de calor para outubro.

    “É realmente anormal, ninguém experimentou esse tipo de temperatura recorde em outubro”, disse Fang Keyan, cientista climático da Universidade Normal de Fujian.

    Fang disse que as transições climáticas sazonais estão se tornando mais complicadas de estimar porque as circulações atmosféricas estão sendo interrompidas pelo aumento das temperaturas globais em meio à crise climática.

    Enquanto partes do país estão mais quentes, algumas regiões podem ver nevasca no início deste ano.

    O Centro Meteorológico Nacional (NMC) emitiu seu primeiro alerta nacional de onda de frio no domingo, com o ar frio varrendo as regiões norte e central do país. Foi levantado três dias depois pelo Observatório Meteorológico da China.

    O ar frio esfriou partes do norte da China, com agências meteorológicas nacionais alertando que as temperaturas podem ficar em torno de 12ºC nas partes centrais do país.

    Prevê-se que neve e granizo moderados caiam nas áreas do norte da Mongólia Interior e Heilongjiang nos próximos dias, de acordo com a previsão do NMC.

    Fang disse que as flutuações dramáticas de temperatura em todo o país são particularmente prejudiciais para a agricultura, já que as colheitas não podem suportar o prolongado verão quente e seco, enquanto um repentino período de frio também retarda o crescimento metabólico das plantas.

    “Isso com certeza reduz a produção de lavouras e será muito ruim para o ecossistema, porque as florestas da região subtropical costumam ter picos de crescimento no verão e no outono”, disse ele.

    Uma temporada de extremos

    A China passou por um verão de clima extremo este ano, com centenas de milhares de pessoas afetadas pelas chuvas mais fortes em 60 anos , seguidas por uma onda de calor devastadora que secou rios e matou milhares de animais.

    Chuvas torrenciais atingiram o sul do país de abril a junho, causando fortes inundações e deslizamentos de terra, seguidos por uma onda de calor que se espalhou pelo centro e sul da China de meados de junho até o final de agosto.

    O calor extremo desencadeou uma crise de energia, levando as autoridades a diminuir a iluminação dos escritórios, fechar fábricas e cortar a eletricidade das casas, forçando os aparelhos de ar condicionado a serem desligados.

    A onda de calor persistente que se estendeu até outubro foi causada por uma alta subtropical, de acordo com o NMC, com temperaturas no curso médio e inferior do rio Yangtze já quebrando recordes.

    “Antes que o ar frio chegue ao sul da China, mais lugares nesta região continuarão a sufocar com o calor prolongado, com as temperaturas mais altas provavelmente subindo e possivelmente quebrando mais recordes”, disse Zhang Tao, meteorologista do NMC, em entrevista coletiva no sábado.

    *Com informações de Shawn Deng e Mengchen Zhang, da CNN

     

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