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    Cidadãos de Gaza invadem centros de ajuda e levam farinha e suprimentos, diz ONU

    Agência para refugiados afirmou que "este é um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco apertado"

    John Davisonda Reuters

    Milhares de cidadãos de Gaza invadiram armazéns e centros de distribuição da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) pegando farinha e “itens básicos de sobrevivência”, disse a organização neste domingo (29).

    “Este é um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco apertado a Gaza”, afirmou a UNRWA em comunicado.

    O fornecimento de ajuda a Gaza foi bloqueado desde que Israel começou a bombardear o enclave em resposta ao ataque do Hamas.

    Um dos armazéns, localizado em Deir al-Balah, é onde a UNRWA armazena suprimentos dos comboios humanitários que atravessam Gaza vindos do Egito.

    “Os suprimentos no mercado estão acabando, enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza em caminhões vindos do Egito é insuficiente”, alertou a UNRWA, acrescentando que o atual sistema para levar comboios humanitários para Gaza estava “preparado para falhar”.

    “As necessidades das comunidades são imensas, mesmo que apenas para a sobrevivência básica, enquanto a ajuda que recebemos é escassa e inconsistente”, explicou.

    A UNRWA afirmou que a sua capacidade de ajudar as pessoas em Gaza foi completamente prejudicada pelos ataques aéreos que mataram mais de 50 dos seus funcionários e restringiram a circulação de suprimentos.

    Mesmo antes do conflito, a organização tinha dito que o seu funcionamento estava em perigo devido à falta de financiamento.

    Fundada em 1949, após a primeira guerra árabe-israelense, a UNRWA presta serviços públicos, incluindo escolas, cuidados de saúde primários e ajuda humanitária em Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, na Síria e no Líbano.

    Brasileiros orientados a estocar comida

    O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, tem orientado os brasileiros que estão nas cidades de Rafah e Khan Yunis, localizadas no sul da Faixa de Gaza, a estocar os produtos não perecíveis comprados com os recursos repassados pelo governo, conforme revelou Teo Cury, da CNN.

    A orientação vem sendo dada em meio à escalada da guerra e a consequente crise de desabastecimento que afeta a região mais crítica do conflito entre Israel e Hamas

    O governo tem enviado dinheiro para que brasileiros e palestinos que integram o grupo que aguarda a repatriação possam fazer compras e garantir o mínimo para a sobrevivência.

    Os preços dos produtos na feira e nos mercados locais, no entanto, têm triplicado, às vezes quadruplicado.

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