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    China usa técnica para tentar fazer chover e reabastecer um dos principais rios

    Ministério de Recursos Hídricos disse que a seca está "afetando negativamente a segurança da água potável da população rural e do gado"

    Visão geral do leito do rio rachado devido à seca na seção de Chongqing do rio Yangtze em 16 de agosto de 2022 em Yunyang, município de Chongqing da China.
    Visão geral do leito do rio rachado devido à seca na seção de Chongqing do rio Yangtze em 16 de agosto de 2022 em Yunyang, município de Chongqing da China. VCG via Getty Images

    Wayne ChangSimone McCarthyda CNNShawn Dengda Reuters

    Aviões chineses de Hong Kong estão disparando hastes para o céu para trazer mais chuvas ao crucial rio Yangtze, que secou em alguns locais, à medida que partes da China enfrentam uma seca durante a pior onda de calor já registrada.

    Várias regiões do Yangtze lançaram programas de modificação do clima, mas com a cobertura de nuvens muito fina, as operações em algumas partes da bacia do rio devastadas pela seca permaneceram em espera.

    O Ministério de Recursos Hídricos disse em um aviso nesta quarta-feira (17) que a seca em toda a bacia do rio Yangtze estava “afetando negativamente a segurança da água potável da população rural e do gado, e o crescimento das colheitas”.

    Nesta quarta-feira, a província de Hubei, no centro da China, tornou-se a última a anunciar que “semeia nuvens”, usando hastes de iodeto de prata para induzir chuvas.

    As hastes de iodeto de prata — que são tipicamente do tamanho de cigarros — são lançadas em nuvens existentes para ajudar a formar cristais de gelo. Os cristais então ajudam a nuvem a produzir mais chuva, tornando seu teor de umidade mais pesado e mais provável de ser liberado.

    A semeadura em nuvem está em prática desde a década de 1940 e a China tem o maior programa do mundo. O país usou a semeadura antes das Olimpíadas de Pequim em 2008 para garantir o tempo seco para o evento, e a técnica também pode ser usada para induzir a queda de neve ou suavizar o granizo.

    Pelo menos 4,2 milhões de pessoas em Hubei foram afetadas por uma seca severa desde junho, disse o Departamento Provincial de Gerenciamento de Emergências de Hubei na terça-feira.

    Mais de 150 mil pessoas têm dificuldades de acesso à água potável e quase 400 mil hectares de plantações foram danificados por causa das altas temperaturas e da seca.

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    O nível da água do rio Jialing, um dos afluentes do rio Yangtze, caiu devido à alta temperatura e à seca. / China News Service / Getty Ima

    O Yangtze é apenas um dos muitos rios e lagos do hemisfério norte que estão secando e encolhendo em meio ao calor implacável e à baixa precipitação, incluindo o lago Mead, nos EUA, e o rio Reno, na Alemanha.

    Essas condições climáticas extremas foram sobrecarregadas pela crise climática induzida pelo homem, impulsionada pela queima de combustíveis fósseis.

    As comunidades muitas vezes dependem desses corpos d’água para a atividade econômica e os governos estão tendo que intervir com medidas de adaptação e fundos de ajuda, custando enormes quantias de dinheiro.

    A China está aplicando esses fundos e desenvolvendo novas fontes de suprimento para lidar com os impactos nas plantações e na pecuária.

    Alguns animais foram transferidos temporariamente para outras regiões, disse o Ministério das Finanças no início desta semana, acrescentando que emitiria 300 milhões de yuans (aproximadamente R$ 228 milhões) em ajuda a desastres

    Para aumentar o abastecimento a jusante, a Barragem das Três Gargantas, o maior projeto hidrelétrico da China, também aumentará as descargas de água em 500 milhões de metros cúbicos nos próximos 10 dias, disse o Ministério de Recursos Hídricos na terça-feira.

    O calor também forçou as autoridades da província de Sichuan, no sudoeste do país, que abriga cerca de 84 milhões de pessoas e um importante centro de produção, a ordenar o fechamento de todas as fábricas por seis dias nesta semana para aliviar a falta de energia.

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    Vista aérea da seção de Jiujiang do rio Yangtze em 13 de agosto de 2022 em Jiujiang, / VCG via Getty Images

    Onda de calor ‘mais longa’ e ‘mais forte’ já registrada

    A China emitiu seu maior alerta vermelho de calor para pelo menos 138 cidades e condados do país nesta quarta-feira, e outros 373 foram colocados sob o segundo maior alerta laranja, informou a Administração Meteorológica.

    Na segunda-feira, a onda de calor da China durou 64 dias, tornando-a a mais longa em mais de seis décadas, desde que os registros completos começaram em 1961, informou o Centro Nacional do Clima em comunicado. O órgão também disse que era a “mais forte” já registrada e alertou que poderia piorar nos próximos dias.

    “A onda de calor desta vez é prolongada, ampla e forte nas extremidades”, dizia o comunicado. “Juntos todos os sinais, a onda de calor na China continuará e sua intensidade aumentará”.

    A onda de calor também registrou o maior número de condados e cidades acima de 40ºC desde o início dos registros, segundo o comunicado.

    O número de estações meteorológicas que registram temperaturas de acima de 40°C atingiu 262, também o mais alto. Oito estações atingiram 44ºC.

    Prevê-se que as temperaturas persistentemente altas continuem na Bacia de Sichuan e em grande parte da China central até 26 de agosto.

    Um “caso especial” de alta pressão da alta subtropical do Pacífico Ocidental, que se estende por grande parte da Ásia, provavelmente será a causa do calor extremo, disse Cai Wenju, pesquisador climático do CSIRO, instituto nacional de pesquisa científica da Austrália.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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