China será pressionada a agir para solução diplomática na Ucrânia, diz especialista
À CNN Rádio, a analista internacional Tatiana Prazeres disse que Ocidente vai pressionar para que chineses deixem posição de neutralidade
A posição de neutralidade adotada pela China até aqui na Guerra da Ucrânia coloca Pequim “numa situação difícil”, na opinião da analista internacional e doutora em Relações Internacionais, Tatiana Prazeres.
Em entrevista à CNN Rádio, ela explicou: “À medida que a crise se agrava, a situação é delicada por causa da pressão do Ocidente.”
“Em função dessa pressão, pelo fato de que a China tem as relações com a Rússia, a neutralidade poderia ser usada para encontrar solução diplomática, vai se cobrar para que ela contribua para solução para o conflito.”
Tatiana, que foi professora e consultora na China entre 2019 e 2021, disse que, neste momento, as autoridades chinesas buscam privilegiar interesses distintos.
“A China fala em soberania e integridade territorial, em aceno à Ucrânia, mas nos últimos anos desenvolveu parceria muito sólida com a Rússia. Putin esteve em Pequim em fevereiro e falou-se numa ‘parceria sem limites’. Há múltiplos interesses nesse momento”, completou.
De acordo com a analista, a China tem relações muito fortes com a Rússia, depende de gás e petróleo russos e “há várias questões em jogo.” “O conflito ainda se desenrola, mas a realidade é que se a guerra aproxima Moscou de Pequim, por outro lado ela também dá fôlego novo à Otan, e aproxima EUA e União Europeia. Há o risco de uma reconfiguração global que não seja favorável à China”, afirmou.