China reforça parceria com Rússia durante reunião em Pequim
Presidente chinês Xi Jinping teve encontro com o ministro russo Sergey Lavrov; expectativa é por visita de Vladimir Putin
O líder chinês Xi Jinping se reuniu com o diplomata russo Sergey Lavrov, em Pequim, nesta terça-feira (9), informou a mídia estatal, em mais um sinal da importância que a China dá aos seus laços cada vez mais fortes com Moscou.
Lavrov está fazendo uma visita de dois dias à capital chinesa, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu no mês passado que estava considerando a China para sua primeira viagem ao exterior depois de garantir a permanência no poder num processo eleitoral questionado.
A mídia estatal não divulgou imediatamente mais detalhes da reunião.
O encontro entre Lavrov e Xi é o primeiro em seis anos. A última reunião aconteceu em 2018 semanas antes de uma visita de Estado de Putin à China – sua primeira viagem após ganhar outra eleição presidencial russa altamente orquestrada naquele ano.
Desde então, os dois países aumentaram suas relações econômicas, comerciais e diplomáticas – inclusive na sequência da guerra de Putin na Ucrânia.
Pequim reivindica neutralidade no conflito, mas surgiu com uma salvação econômica fundamental para a economia russa isolada e um parceiro diplomático firme para Moscou, no que eles acreditam ser uma contenção do Ocidente.
Quando um parlamentar russo no mês passado expressou sua esperança de que a primeira viagem simbólica de Putin ao exterior de seu novo mandato seria para a China, Putin disse que levaria isso “em conta.”
O Kremlin ainda não confirmou os planos de viagem.
Putin visitou Pequim pela última vez em outubro para o Belt and Road Forum. Xi fez uma visita de Estado a Moscou em março passado depois de entrar em seu terceiro mandato como presidente chinês.
Lavrov também se encontrou com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, nesta terça-feira (9).
Wang elogiou os laços dos países como sendo elevados ao “mais alto nível da história”, e concordou com as opiniões compartilhadas sobre os Estados Unidos, dizendo que “iriam se opor a uma mentalidade da Guerra Fria”, durante uma coletiva de imprensa conjunta após a reunião, citada pela mídia estatal chinesa.
Os dois lados concordaram que as reuniões internacionais sobre a Ucrânia ignorando os interesses de Moscou “são inúteis”, disse Lavrov, segundo a agência de notícias estatal russa Tass.
Wang afirmou que a China apoia a realização de uma conferência internacional de paz “reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia”, com “participação igual de todas as partes e onde todos os planos de paz são discutidos de forma justa”, de acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
As afirmações surgem num momento de mais questionamentos sobre como acabar com a guerra na Ucrânia.
Rodadas anteriores de negociações de paz foram apoiadas por Kiev e não incluíram Moscou, já que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky busca amplo apoio para a retirada completa das tropas russas.
A China manteve diálogo com a Suíça sobre um próximo encontro internacional de paz, de acordo com a mídia estatal, mas anteriormente disse que tais conversas devem ser reconhecidas tanto pela Ucrânia quanto pela Rússia.
*Wayne Chang e Steven Jiang da CNN contribuíram para esta reportagem