China reconhece gravidade de situação humanitária na Ucrânia
Na ONU, Zhang Jun, embaixador da China, disse que a situação na Ucrânia é grave, mas pontuou países não devem ser forçados a escolher um lado


O embaixador da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, disse aos países membros da Assembleia Geral da ONU que a situação humanitária na Ucrânia está se tornando cada vez mais séria, mas que os países não devem forçar outros a “escolher um lado” no conflito.
“O desenvolvimento da situação na Ucrânia até o estágio atual desencadeou amplas preocupações internacionais, e também é algo que a China não quer ver.
Na Ucrânia, a China sempre sustentou que a soberania e a integridade territorial de todos os países devem ser respeitadas”, disse Zhang em comentários traduzidos na quinta-feira.
“Os países em desenvolvimento, que compõem a maior parte do mundo, não são partes deste conflito. Eles não devem ser atraídos para a questão e forçados a sofrer as consequências de conflitos geopolíticos e rivalidade de grandes potências… Os países relevantes não devem adotar uma abordagem simplista de amigo ou inimigo, preto ou branco, e não devem forçar nenhum país a escolher um lado,” ele adicionou.
Zhang acrescentou que a China desempenhará “um papel construtivo na facilitação das negociações de paz”.
A Assembleia-Geral está ouvindo discursos sobre a situação humanitária na Ucrânia. A resolução da Ucrânia na Assembleia-Geral condena a Rússia por não permitir o acesso à ajuda humanitária é apoiada por mais de 20 países, incluindo os Estados Unidos.
Na quarta-feira (23), a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse aos países membros da Assembleia-Geral da ONU que, ao votar a favor da resolução que pede, em parte, a cessação imediata das hostilidades da Federação Russa na Ucrânia, eles estão “votando por uma fim da guerra”.
Zhang disse na quinta-feira que a China reconhece o propósito do projeto de resolução. “Ao mesmo tempo, está claro que alguns elementos do projeto de resolução vão além do contexto humanitário”, disse ele.
As resoluções da Assembleia Geral não são vinculativas, mas têm peso político.Na quarta-feira, China e Rússia foram os únicos países a votar a favor de um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU proposto pela Rússia sobre a situação humanitária na Ucrânia, que não foi aprovado no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Thomas-Greenfield falou antes dessa votação, afirmando que a Rússia estava mais uma vez tentando usar o Conselho de Segurança para “dar cobertura para suas ações brutais”.
Falando antes da votação da AGNU nesta quinta-feira (24), Zhang disse: “As preocupações legítimas de segurança de todos os países devem ser levadas a sério e todos os esforços conducentes à resolução pacífica da crise devem ser apoiados”.
“É de cortar o coração ver a deterioração contínua da situação humanitária na Ucrânia, bem como as vítimas civis e o deslocamento em massa de pessoas causado pelo conflito.
A principal prioridade agora é que as partes envolvidas mantenham o máximo de restrições, evitem mais baixas civis e cheguem a um cessar-fogo negociado o mais rápido possível, especialmente para evitar uma crise humanitária em maior escala”, acrescentou.