China diz que sanções não são a melhor solução e Taiwan “não é a Ucrânia”
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês disse que o país espera que as partes relevantes possam resolver seus problemas por meio do diálogo


A China nunca pensou que sanções são a melhor maneira de resolver problemas, disse seu Ministério das Relações Exteriores, nesta quarta-feira (23), quando questionado se a nação asiática se juntaria aos países ocidentais para sancionar a Rússia pela crise envolvendo a Ucrânia.
A China espera que as partes relevantes possam tentar resolver seus problemas por meio do diálogo e manter a calma e moderação, disse o porta-voz do ministério Hua Chunying a repórteres em Pequim.
Hua também disse que Taiwan “não é a Ucrânia” e sempre foi uma parte inalienável da China , quando perguntado sobre a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, pedindo que a ilha reforce a vigilância sobre as atividades militares em resposta à crise.
Os comentários vêm depois que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sinalizou o risco para Taiwan em um alerta na semana passada sobre as consequências danosas em todo o mundo se as nações ocidentais não cumprirem suas promessas de apoiar a independência da Ucrânia.
A China, que reivindica Taiwan como seu próprio território, intensificou a atividade militar perto da ilha autônoma nos últimos dois anos, embora Taiwan não tenha relatado manobras incomuns recentes das forças chinesas à medida que a tensão sobre a Ucrânia aumentou.
Falando em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, descartou qualquer ligação entre as questões da Ucrânia e de Taiwan.
“Taiwan não é a Ucrânia”, disse ela. “Taiwan sempre foi uma parte inalienável da China. Este é um fato histórico, legal e indiscutível”, acrescentou.
A questão de Taiwan é remanescente da guerra civil, mas a integridade da China nunca deveria ter sido comprometida e nunca foi comprometida, acrescentou Hua.
O governo derrotado da República da China fugiu para Taiwan em 1949 depois de perder a guerra civil para os comunistas, que criaram a República Popular da China .
O governo de Taiwan se opõe fortemente às reivindicações territoriais da China. Tsai diz que Taiwan é um estado independente chamado República da China, que continua sendo o nome oficial de Taiwan.
Todas as unidades militares e de segurança “devem aumentar sua vigilância e alertar antecipadamente sobre os desenvolvimentos militares ao redor do Estreito de Taiwan”, disse Tsai em uma reunião do grupo de trabalho sobre a crise na Ucrânia criado por seu Conselho de Segurança Nacional.
Taiwan e Ucrânia são fundamentalmente diferentes em termos de geoestratégia, geografia e cadeias de suprimentos internacionais, acrescentou ela, em detalhes da reunião fornecidos por seu escritório.
“Mas diante das forças estrangeiras que pretendem manipular a situação na Ucrânia e afetar o moral da sociedade taiwanesa, todas as unidades do governo devem fortalecer a prevenção da guerra cognitiva lançada por forças estrangeiras e colaboradores locais”, disse Tsai.
A declaração não mencionou a China pelo nome, mas o país é a ameaça militar mais significativa que Taiwan enfrenta.
Tsai expressou “empatia” pela situação da Ucrânia por causa da ameaça militar que a ilha enfrenta da China.
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