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    China diz que possível proibição do TikTok nos EUA é “um ato de bullying”

    Câmara americana aprovou projeto de lei que pode proibir rede social no país

    Nectar Gan, Marc Stewart e Wayne Changda CNN

    A China disse nesta quarta-feira (13) que a possível proibição do TikTok nos Estados Unidos é “um ato de bullying”.

    Os comentários, feitos pelo ministério das Relações Exteriores da China, vieram horas antes de uma votação da Câmara americana sobre um projeto de lei forçaria o proprietário chinês do TikTok ByteDance a vender o popular aplicativo de vídeos curtos para uma empresa americana – ou enfrentar a proibição em território americano, onde possui mais de 170 milhões de usuários.

    “Mesmo que os EUA não tenham encontrado evidências de como o TikTok coloca em risco sua segurança nacional, ele nunca parou de ir atrás do TikTok”, disse Wang Wenbin, porta-voz do ministério à CNN.

    Wang acusou os americanos de “recorrer a atos de bullying” quando não conseguiu ter sucesso na concorrência justa, dizendo que tal prática interromperia as operações de mercado, minaria a confiança dos investidores e sabotaria a ordem econômica global.

    “Isso vai respingar nos EUA”, disse ele.

    Autoridades e legisladores americanos têm expressado preocupações de que o governo chinês possa obrigar o dono do TikTok, o ByteDance, a entregar os dados coletados de usuários dos EUA. Eles também temem que o aplicativo possa servir como uma ferramenta para Pequim espalhar propaganda, desinformação ou influenciar os americanos.

    Especialistas em segurança cibernética dizem que as preocupações de segurança nacional em torno do TikTok são ainda um cenário hipotético – embora preocupante. Autoridades dos EUA não apresentaram publicamente evidências de que o governo chinês tenha acessado os dados dos usuários do TikTok, mas dizem que seu projeto de lei tem a intenção de evitar esse cenário.

    O projeto de lei, após aprovado na Câmara, segue agora para o Senado.

    Em comentários recentes a repórteres, o representante republicano de Wisconsin, Mike Gallagher. que preside um comitê da Câmara na China, rejeitou as caracterizações do projeto de lei como uma proibição do TikTok.

    “Não é uma proibição”, disse ele. “Coloca a escolha diretamente nas mãos do TikTok para cortar seu relacionamento com o Partido Comunista Chinês. Enquanto a ByteDance não for mais proprietária da empresa, o TikTok pode continuar sobrevivendo … a estrutura básica de propriedade tem que mudar.”

    A China disse anteriormente que se “oporia firmemente” a qualquer venda forçada do TikTok.

    “A venda ou alienação do TikTok envolve a exportação de tecnologia e os procedimentos de licenciamento administrativo devem ser realizados de acordo com as leis e regulamentos chineses”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio da China em março do ano passado.

    “O governo chinês tomará uma decisão de acordo com a lei.”

    Na rede social chinesa Weibo, o Tiktok foi classificado entre os principais tópicos de tendências na quarta-feira (13), com a hashtag “Tiktok começa a lutar” atraindo 80 milhões de visualizações. Muitos usuários expressaram apoio ao aplicativo e seus esforços para contestar o projeto de lei, que incluem uma notificação em tela cheia incentivando os usuários a chamar seus representantes; alguns acusaram os EUA de serem hipócritas.

    “Deixe-me contar uma piada: a sociedade americana é liberal e democrática, e tem uma economia de mercado completa”, disse um comentário.

    O jornal estatal Global Times, um tabloide nacionalista, também aderiu à defesa do TikTok.

    Em um editorial na semana passada, acusou os EUA de “abertamente tentar roubar TikTok.”

    “A imagem da liberdade de expressão e do estado de direito nos EUA está em frangalhos, e o último projeto de lei é simplesmente mais uma prova disso”, disse.

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