Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    China diz que mantém “comércio normal e cooperação com a Rússia” em resposta a crítica

    Ministro também respondeu críticas de Joe Biden dizendo que e "eram os países que interferiam nos assuntos internos de outros que veriam suas reputações manchadas"

    Eduardo Baptista e Yew Lun Tianda Reuters

    Pequim

    O Ministério das Relações Exteriores da China reagiu nesta sexta-feira (25) contra o comentário do presidente dos EUA, Joe Biden, de que qualquer país que apoiasse a invasão da Rússia seria “manchado por associação”. Ao responder crítica da Austrália sobre manter relações comerciais com a Rússia, o país afirmou que se baseia  em “mútuo respeito”.

    O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, fez as declarações em uma coletiva de imprensa diária. Segundo representante do órgão, a China conduz um “comércio normal e cooperação com a Rússia”.

    “A China se opõe a todas as sanções ilegais e unilaterais e espera que as partes relevantes lidem com questões relacionadas à China de maneira que não prejudique a China”, disse o ministro.

    A Austrália impôs mais sanções nesta sexta contra a Rússia, visando vários de seus cidadãos de elite e legisladores, e declarou que é “inaceitável” que a China esteja aliviando as restrições comerciais com Moscou neste momento.

    “Trabalharemos junto com nossos parceiros para uma onda contínua de sanções e continuaremos a aumentar essa pressão sobre a Rússia”, disse o primeiro-ministro Scott Morrison durante uma entrevista coletiva.

    Manchas

    Sobre a declaração de Biden, Wenbin afirmou que “eram os países que interferiam nos assuntos internos de outros que veriam suas reputações manchadas”.

    Na quinta-feira (24), quando a Ucrânia amanheceu sendo atacada por tropas russas, Biden fez um pronunciamento onde disse que os EUA e seus aliados estão aplicando “a maior sanção econômica da história” contra a Rússia.

    O presidente americano afirmou que a guerra contra a Ucrânia “não foi provocada” e que foi “premeditada por Putin”, não descartando aplicar sanções diretamente contra o presidente russo no futuro.

    “Putin é o agressor e quem escolheu a guerra“, afirmou Biden. “Hoje, estou autorizando sanções fortes e novos limites sobre o que pode ser exportado para a Rússia, com custos fortes à Rússia agora e ao longo do tempo”, adicionou o presidente americano.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

    Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

    O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.

    De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

    Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

    Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

    A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

    Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

    A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

    (Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh, da CNN)