China critica sanções ocidentais à Rússia e informa que não seguirá mesmo caminho
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, disse que a medida de incapaz e "nunca uma maneira fundamental e eficaz de resolver problemas"


A China criticou as sanções ocidentais à Rússia e disse que não seguirá o exemplo, além de afirmar que as medidas de incapaz e de “nunca uma maneira fundamental e eficaz de resolver problemas” e dizendo que “sempre se opõe a quaisquer sanções unilaterais ilegais”. Na terça-feira (22), o presidente Joe Biden disse que os Estados Unidos vão sancionar instituições financeiras e os oligarcas russas depois que o líder russo Vladimir Putin ordenou que tropas fossem para partes do leste da Ucrânia controladas por separatistas. Reino Unido, União Europeia, Canadá, Austrália e Japão também anunciaram novas sanções à Rússia.
Quando perguntado se a China consideraria seguir o exemplo, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying respondeu ao repórter: “Você obviamente não tem um entendimento básico da política do governo chinês”.
“Acreditamos que as sanções nunca são a maneira fundamental e eficaz de resolver os problemas. A China sempre se opõe a quaisquer sanções unilaterais ilegais”, disse Hua, reiterando que as duas partes devem buscar uma solução por meio do diálogo e da negociação.
Em sua resposta, Hua também questionou o que foi ganho por sanções anteriores impostas pelos EUA à Rússia: “Eles resolveram o problema? O mundo está melhor por causa das sanções dos EUA? Os problemas da Ucrânia serão resolvidos automaticamente pela imposição das sanções dos EUA contra a Rússia? A segurança da Europa será mais segura como resultado das sanções dos EUA contra a Rússia? Acho que devemos tentar resolver o problema por meio do diálogo e da negociação.”
Ela observou que as sanções anteriores impostas pelos EUA “causaram sérias dificuldades à economia e à subsistência das pessoas dos países em questão”, acrescentando que, na Ucrânia, os EUA “não devem prejudicar os direitos e interesses legítimos” da China e de “outras partes”.
“Atualmente, os EUA mantêm sanções à Rússia que foram impostas em resposta à invasão da Ucrânia em 2014. Outras penalidades foram impostas por questões como ciberataques, interferência eleitoral, proliferação de armas e comércio ilícito com a Coreia do Norte.
Relação Rússia-China
A China está navegando em uma posição complexa, pois tenta equilibrar uma amizade robusta com a Rússia com sua política externa praticada de defender firmemente a soberania do Estado.
Em 14 de fevereiro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse que a embaixada na Ucrânia está “funcionando normalmente” e continua a fornecer proteção e assistência consular a cidadãos e empresas chinesas na Ucrânia.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.

A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.