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    China critica líderes internacionais após eleição em Taiwan

    Diplomatas chineses condenaram comentários feitos por governos estrangeiros

    Eduardo Baptistada Reuters

    O Ministério das Relações Exteriores da China e as embaixadas em todo o mundo alertaram neste fim de semana os países contra o apoio ao Partido Democrático Progressista (DPP) de Taiwan e condenaram os governos estrangeiros que parabenizaram o presidente eleito da ilha, Lai Ching-te.

    Depois de o candidato presidencial do DPP, Lai, ter vencido as eleições no sábado (13), vários ministros e políticos de países que partilham laços calorosos, embora na maioria dos casos não oficiais, com a ilha autônoma enviaram mensagens de felicitações a Lai e ao DPP.

    Isto suscitou respostas rápidas das embaixadas chinesas, destacando a sensibilidade de Pequim para com outros países que parecem dar legitimidade a um candidato e partido político que considera como “forças separatistas” na esperança de transformar Taiwan, que reivindica como seu, numa nação soberana independente.

    O Ministério das Relações Exteriores da China descreveu no domingo (14) uma declaração do secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, que parabenizou Lai e disse que Washington espera continuar seu relacionamento não oficial com Taiwan, como “enviando um sinal seriamente incorreto” às “forças separatistas da independência de Taiwan”.

    “A China sempre se opôs firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre os Estados Unidos e Taiwan, e opõe-se resolutamente à interferência dos Estados Unidos nos assuntos de Taiwan, sob qualquer forma e sob qualquer pretexto”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado publicado no seu site.

    A embaixada chinesa condenou no sábado o que chamou de “ações incorretas” do ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, depois que ele disse, em um comunicado parabenizando Lai e seu partido, que as eleições foram um “testamento da vibrante democracia de Taiwan”.

    “Pedimos ao Reino Unido que reconheça a posição de que Taiwan é uma província da China, trate cautelosamente os assuntos relacionados com Taiwan, de acordo com o princípio de Uma Só China, e pare com quaisquer comentários que interfiram nos assuntos internos da China”, disse a embaixada num comunicado publicado em sua conta oficial do WeChat.

    A embaixada chinesa no Japão chegou a apresentar representações solenes, uma forma de protesto diplomático oficial, depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, ter felicitado Lai pela sua vitória.

    Kamikawa chamou a ilha autogovernada de “um parceiro e um amigo importante”, mas na mesma declaração ela também afirmou que a relação de trabalho com Taipei era numa “base não governamental”.

    “Instamos solenemente o lado japonês a… abster-se de perturbar a paz e a estabilidade através do Estreito de Taiwan e das relações China-Japão”, disse a embaixada chinesa.

    Pequim, que nunca renunciou ao uso da força para colocar Taiwan sob o seu controle, teme que Lai possa declarar o estabelecimento de uma República de Taiwan, o que Lai disse que não fará.

    Mesmo nas vésperas das eleições, os diplomatas chineses já alertavam os países anfitriões sobre as consequências do apoio a Lai e ao DPP.

    Xiao Qian, embaixador chinês na Austrália, publicou um artigo no The Australian na sexta-feira (12) onde alertou seu país anfitrião sobre perigos não especificados se apoiasse as “forças de independência de Taiwan” como o DPP.

    “Se a Austrália estiver amarrada à carruagem das forças separatistas de Taiwan, o povo australiano será empurrado para a beira de um abismo”, escreveu ele.

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