China afirma que “não foi feita justiça” a palestinos e se diz do lado da “equidade” em conflito
Declaração foi dada pelo ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, durante videoconferência com o chefe da assessoria internacional da Presidência da República do Brasil, Celso Amorim, e reafirmada nesta sexta-feira (13) pelo Ministério das Relações Exteriores da China
O Ministério das Relações Exteriores da China (MOFA) manteve, nesta sexta-feira (13), os comentários feitos ontem em uma ligação entre o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, e o chefe da assessoria internacional da Presidência da República do Brasil, Celso Amorim, sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
Em uma videoconferência na quinta-feira com Amorim, Wang Yi disse que “a questão palestina é o cerne da questão do Oriente Médio, e o cerne da questão é que não foi feita justiça ao povo palestino”.
“O conflito provou mais uma vez, de uma forma extremamente trágica, que a saída para a questão palestina reside na retomada de conversações de paz genuínas o mais rapidamente possível, de modo a concretizar os direitos legítimos do povo palestino.”
Quando questionado na sexta-feira para comentar as observações feitas, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, repetiu a declaração do ministro das Relações Exteriores do dia anterior e acrescentou: “Gostaria de enfatizar que a China não tem interesse próprio na questão da Palestina e sempre se manteve no lado da paz e do lado da equidade e da justiça.”
Três cidadãos chineses estão entre os mortos na sequência dos ataques do Hamas a Israel, informou nesta quinta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Outros dois estão desaparecidos.
Israel fala em decepção com a China
O embaixador de Israel na China, Rafi Harpaz, expressou “profunda decepção” com as declarações da China, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira.
Harpaz disse ao enviado da China ao Oriente Médio, Zhai Jun, que as declarações chinesas sobre a questão não contêm “nenhuma condenação clara e inequívoca” dos ataques do Hamas a Israel e não incluem “qualquer elemento do direito de Israel de defender a si mesmo e aos seus cidadãos”.