Chilenos vão às urnas em grande passo para revisar Constituição
Carta Magna chilena remonta a décadas da era do ditador militar de direita Augusto Pinochet
Os chilenos votarão para eleger 50 conselheiros constitucionais no domingo (7), um grande passo para reescrever a Constituição do país, depois que os eleitores rejeitaram por maioria esmagadora uma primeira tentativa em um plebiscito em setembro passado para substituir a Constituição da era da ditadura.
O chamado Conselho Constitucional que os eleitores devem eleger trabalhará a partir de junho na nova Carta Magna, com base em um rascunho preparado por uma comissão de 24 especialistas que o Congresso nomeou em março.
Mas alguns dos 15 milhões de eleitores manifestam pouco interesse quando questionados sobre a reforma após o esforço fracassado no ano passado para reescrever a Constituição, que remonta a décadas da era do ditador militar de direita Augusto Pinochet.
“Estou um pouco cansado da polarização”, disse Paz Villafaña, de 31 anos, que dirige uma pequena editora. “Votei para aprovar (em setembro), queria uma nova Constituição e acabar com a Constituição da ditadura, mas agora não estou muito interessado.”
Após a eleição de domingo, os eleitores irão às urnas em dezembro para aprovar ou rejeitar o documento proposto, amplamente esperado para ser mais moderado do que a primeira proposta que teria sido uma das Constituições mais progressistas do mundo.
“Se o primeiro processo era altamente incerto, este é muito mais certo. É um processo mais supervisionado, com órgãos de monitoramento, especialistas, advogados, representantes eleitos”, disse o analista político Kenneth Bunker.
Ele enfatizou que as forças políticas tradicionais estão agora mais no controle do processo, ao contrário da primeira tentativa fracassada.